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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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Baixo Guandu foi pioneira

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma cidade às margens do rio Doce, a 184 km de Vitória (ES), foi a escolhida para ser a primeira do país a ter suas águas fluoretadas, o que ocorreu em 31 de outubro de 1953.
Baixo Guandu, hoje com 28 mil habitantes, realiza a partir de amanhã uma série de homenagens aos pioneiros da fluoretação.
Iussif Amim, 71, então diretor do serviço de águas de Baixo Guandu, lembra que moradores o procuravam, logo depois da fluoretação, atribuindo problemas da água à novidade. "Vinham, diziam que estava com gosto ruim. Aí você ia lá ver a caixa e não tinha nada a ver. Tinha era umas baratinhas. Eram elas que causavam o gosto estranho."
Amim atribui à fluoretação o fato de conservar ainda todos os dentes da arcada inferior. "Tirei alguns, mas considero que está bom para quem tem 71 anos."
"Não houve oposição", afirma Mário de Magalhães Chaves, 83, professor-assistente do Departamento de Medicina Preventiva da UFRJ, que assessorou a implantação do sistema na cidade. Chaves foi um dos escolhidos por já ser professor e ter estudado fora do país. Ele auxiliava os norte-americanos que trouxeram o sistema, menos de uma década depois da primeira fluoretação dos Estados Unidos.
A fluoretação em Baixo Guandu foi implantada pelo Sesp (Serviço Especial de Saúde Pública), criado durante a 2ª Guerra Mundial, a partir de convênio firmado entre os governos brasileiro e norte-americano. O serviço tinha como foco sanear áreas estratégicas para os EUA, em que eram produzidas matérias-primas importantes para o esforço de guerra norte-americano.


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