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Baixo Guandu foi pioneira
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma cidade às margens do rio
Doce, a 184 km de Vitória (ES), foi
a escolhida para ser a primeira do
país a ter suas águas fluoretadas, o
que ocorreu em 31 de outubro de
1953.
Baixo Guandu, hoje com 28 mil
habitantes, realiza a partir de
amanhã uma série de homenagens aos pioneiros da fluoretação.
Iussif Amim, 71, então diretor
do serviço de águas de Baixo
Guandu, lembra que moradores o
procuravam, logo depois da fluoretação, atribuindo problemas da
água à novidade. "Vinham, diziam que estava com gosto ruim.
Aí você ia lá ver a caixa e não tinha
nada a ver. Tinha era umas baratinhas. Eram elas que causavam o
gosto estranho."
Amim atribui à fluoretação o fato de conservar ainda todos os
dentes da arcada inferior. "Tirei
alguns, mas considero que está
bom para quem tem 71 anos."
"Não houve oposição", afirma
Mário de Magalhães Chaves, 83,
professor-assistente do Departamento de Medicina Preventiva da
UFRJ, que assessorou a implantação do sistema na cidade. Chaves
foi um dos escolhidos por já ser
professor e ter estudado fora do
país. Ele auxiliava os norte-americanos que trouxeram o sistema,
menos de uma década depois da
primeira fluoretação dos Estados
Unidos.
A fluoretação em Baixo Guandu
foi implantada pelo Sesp (Serviço
Especial de Saúde Pública), criado
durante a 2ª Guerra Mundial, a
partir de convênio firmado entre
os governos brasileiro e norte-americano. O serviço tinha como
foco sanear áreas estratégicas para os EUA, em que eram produzidas matérias-primas importantes
para o esforço de guerra norte-americano.
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