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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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SAÚDE BUCAL

Estudo feito com 1.921 usuários de 220 unidades básicas de São Paulo mostrou problema no serviço odontológico

48% não conseguem acesso a atendimento

DA REPORTAGEM LOCAL

Nas reuniões do orçamento participativo da Prefeitura de São Paulo para 2002, a saúde bucal foi a segunda especialidade mais demandada, segundo pesquisa da Secretaria de Governo. A saúde bucal perdeu só para o PSF (Programa Saúde da Família), mas superou áreas como saúde da mulher (11ª) e álcool, drogas e dependência (15ª).
Estudo feito neste ano pela União dos Movimentos de Saúde com 1.921 usuários de 220 das 400 unidades básicas da cidade mostrou que 48% dos que procuraram atendimento odontológico não conseguiram acesso.
Há um déficit de 400 dentistas na rede (hoje, 1.159 trabalham 20 horas por semana e 76, 40 horas), e os equipamentos precisam de reparos. O coordenador de saúde bucal da prefeitura, Luís Cláudio Sartori, reconhece que também em São Paulo é prática dos postos não atender a jovens, adultos e idosos. A prefeitura promete, até dezembro, acolher adultos.
A OMS colocou como meta para 2000 que 75% das pessoas de 35 a 44 anos e 50% das de 65 a 74 anos tivessem 20 ou mais dentes. Os resultados do Estado de São Paulo, um dos que já divulgaram dados do projeto SB (Saúde Bucal 2000), são escandalosos: na primeira faixa etária, apenas 49% têm 20 ou mais dentes. Na de 65 a 74 anos, só 10%.
"Quando minha filha caiu e entortou todos os dentes da frente, tive de tratar em casa, com cozido de batata", conta a feirante Aldinir Santana da Silva, 38.
V., 27, trabalha na casa de dois dentistas, mas eles não a ajudaram quando extraiu um dente errado e ficou com o rosto inchado. "O dentista tirou raio X do dente que doía. Mas aí entrou outro na sala e arrancou o dente errado."


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