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Qualidade da água melhora no litoral de SP
Após recorde negativo em 2008, Cetesb registrou neste ano queda de nível impróprio para banho em metade das 155 praias monitoradas
Até a semana passada, 34,19% não haviam recebido nenhuma vez as bandeirinhas que sinalizam água suja; em 2008, foram só 25,15%
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Garoto brinca na praia do Tombo, no Guarujá, litoral de SP
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após registrar em 2008 o menor número de praias próprias
para banho o ano todo desde
1996, o litoral paulista voltou a
ter melhora na qualidade da
água do mar. O resultado surpreendeu a Cetesb, pois 2009
foi um ano chuvoso, condição
que aumenta a quantidade de
poluentes levada para o oceano.
Até a semana passada, 34,19%
dos 155 pontos monitorados pela companhia ambiental do Estado não haviam recebido nenhuma vez aquelas bandeirinhas vermelhas, que apontam
que a água está suja. Em 2008,
até essa época, eram 25,15%.
Ainda mais importante é que
a quantidade de bandeiras vermelhas caiu em metade das
praias -78-, ficou estável em
43 e só piorou em 34. Entre todas as cidades monitoradas, só
Praia Grande sofreu queda expressiva na qualidade da água.
Outra boa notícia é que o resultado de 2009 foi puxado pela
Baixada Santista, que historicamente tem os piores índices.
Mesmo com os bons prognósticos, como está chovendo
muito, pode ocorrer como na
quinta passada, quando todas
as praias do Guarujá foram reprovadas. Por isso, é bom
acompanhar os índices semanais pelo site www.ce
tesb.sp.gov.br.
A bióloga Claudia Lamparelli, do setor de águas litorâneas
da Cetesb, arrisca: é provável
que obras e outras intervenções da Sabesp e de prefeituras
nos sistemas de esgoto tenham
começado a dar resultado.
Há, porém, uma década de
atraso nas obras, pois o governo lançou um programa no fim
dos anos 1990 para instalar sistemas de esgoto no litoral que
nunca foi levado à frente.
Esse projeto deixou estações
de tratamento incompletas e
tubulações que jamais receberam esgoto, como em Ilhabela.
Robô
Em Santos e no Guarujá, o
programa Canal Limpo, que
limpa cursos d'água que desembocam nas praias, também
pode ter ajudado a conter os
poluentes na Baixada Santista.
Desde agosto, um robô com
microcâmera percorre as galerias em busca de vazamentos
de esgoto -só Santos tem 19 canais. O projeto pretende dar
aviso on-line quando forem encontradas altas concentrações
de bactérias fecais. Com isso,
evita-se que o esgoto chegue ao
mar. "Já intervimos em 30
pontos de vazamento", diz o diretor de sistemas regionais da
Sabesp, Umberto Semeghini.
"Estamos entrando numa
nova era da balneabilidade. Vamos ter um reflexo mais preciso em 2011, quando os novos
sistemas de esgoto devem estar
operando", afirma Claudia.
Grande parte dessa expectativa está em torno da entrada
em operação de sete estações
de tratamento de esgoto na
Baixada na segunda quinzena
de janeiro. A coleta na região,
de 53%, alcançará 95% até 2011
-todo ele tratado, diz a Sabesp.
No litoral norte -São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e
Ubatuba-, os resultados serão
mais lentos. O plano é elevar a
coleta de 35% para 85% até
2015. A meta é que, até lá, todo
esses dejetos sejam tratados.
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