São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Qualidade da água melhora no litoral de SP

Após recorde negativo em 2008, Cetesb registrou neste ano queda de nível impróprio para banho em metade das 155 praias monitoradas

Até a semana passada, 34,19% não haviam recebido nenhuma vez as bandeirinhas que sinalizam água suja; em 2008, foram só 25,15%


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Garoto brinca na praia do Tombo, no Guarujá, litoral de SP

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após registrar em 2008 o menor número de praias próprias para banho o ano todo desde 1996, o litoral paulista voltou a ter melhora na qualidade da água do mar. O resultado surpreendeu a Cetesb, pois 2009 foi um ano chuvoso, condição que aumenta a quantidade de poluentes levada para o oceano.
Até a semana passada, 34,19% dos 155 pontos monitorados pela companhia ambiental do Estado não haviam recebido nenhuma vez aquelas bandeirinhas vermelhas, que apontam que a água está suja. Em 2008, até essa época, eram 25,15%.
Ainda mais importante é que a quantidade de bandeiras vermelhas caiu em metade das praias -78-, ficou estável em 43 e só piorou em 34. Entre todas as cidades monitoradas, só Praia Grande sofreu queda expressiva na qualidade da água.
Outra boa notícia é que o resultado de 2009 foi puxado pela Baixada Santista, que historicamente tem os piores índices.
Mesmo com os bons prognósticos, como está chovendo muito, pode ocorrer como na quinta passada, quando todas as praias do Guarujá foram reprovadas. Por isso, é bom acompanhar os índices semanais pelo site www.ce tesb.sp.gov.br.
A bióloga Claudia Lamparelli, do setor de águas litorâneas da Cetesb, arrisca: é provável que obras e outras intervenções da Sabesp e de prefeituras nos sistemas de esgoto tenham começado a dar resultado.
Há, porém, uma década de atraso nas obras, pois o governo lançou um programa no fim dos anos 1990 para instalar sistemas de esgoto no litoral que nunca foi levado à frente.
Esse projeto deixou estações de tratamento incompletas e tubulações que jamais receberam esgoto, como em Ilhabela.

Robô
Em Santos e no Guarujá, o programa Canal Limpo, que limpa cursos d'água que desembocam nas praias, também pode ter ajudado a conter os poluentes na Baixada Santista.
Desde agosto, um robô com microcâmera percorre as galerias em busca de vazamentos de esgoto -só Santos tem 19 canais. O projeto pretende dar aviso on-line quando forem encontradas altas concentrações de bactérias fecais. Com isso, evita-se que o esgoto chegue ao mar. "Já intervimos em 30 pontos de vazamento", diz o diretor de sistemas regionais da Sabesp, Umberto Semeghini.
"Estamos entrando numa nova era da balneabilidade. Vamos ter um reflexo mais preciso em 2011, quando os novos sistemas de esgoto devem estar operando", afirma Claudia.
Grande parte dessa expectativa está em torno da entrada em operação de sete estações de tratamento de esgoto na Baixada na segunda quinzena de janeiro. A coleta na região, de 53%, alcançará 95% até 2011 -todo ele tratado, diz a Sabesp.
No litoral norte -São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba-, os resultados serão mais lentos. O plano é elevar a coleta de 35% para 85% até 2015. A meta é que, até lá, todo esses dejetos sejam tratados.


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