São Paulo, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REMÉDIOS
Medicamentos produzidos em chácara de MG eram vendidos para vários Estados
Polícia fecha laboratório clandestino

RANIER BRAGON
da Agência Folha, em BH

A Polícia Civil descobriu anteontem um laboratório clandestino de fabricação de medicamentos que operava em Uberlândia, região do Triângulo Mineiro.
O laboratório, que funcionava em uma chácara a cerca de 10 km do centro da cidade, vendia remédios para vários Estados, segundo documentos que a polícia apreendeu no local. Eram produzidos analgésicos, antitérmicos, antibióticos, suplementos alimentares, remédios para emagrecimento, entre outros, sem que houvesse alvará de funcionamento ou farmacêutico responsável.
"Além disso, o local não apresentava nenhuma condição sanitária para fabricar medicamentos", disse a coordenadora de Medicamentos da Vigilância Sanitária de Uberlândia, Tomaídes Rosa, que acompanhou a operação.
A polícia fechou também uma casa onde era feita a rotulação dos medicamentos ilegais produzidos nesse laboratório. Nove pessoas, todas funcionárias, foram presas. Elas prestaram depoimento e foram liberadas em seguida.
A polícia afirmou que já sabe o nome do proprietário do laboratório -que ainda não foi localizado- e que há a suspeita de que outro laboratório, legalmente instalado na cidade, dava cobertura ao clandestino.
Ainda não há definição da quantidade exata do que foi apreendido. A polícia informa apenas que foram encontrados mais de 20 tipos de medicamentos e que o volume deu para encher dois caminhões-baú.
A Vigilância Sanitária Estadual coletou ontem amostras dos medicamentos para determinar, por meio de análise, se eles são, além de ilegais, inócuos.
A Vigilância Sanitária de Uberlândia começou a analisar os rótulos de alguns medicamentos apreendidos e já constatou que eles não têm registro no Ministério da Saúde.
Membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Congresso que investiga reajuste e falsificação de medicamentos estiveram ontem em Uberlândia visitando o local onde os medicamentos eram fabricados.
O deputado federal Luiz Bittencourt (PMDB-GO), vice-presidente da CPI, e os deputados Carlos Mosconi (PSDB-NG) e Róbson Tuma (PFL-SP) recolheram amostras dos medicamentos e cópias dos documentos apreendidos na chácara.
De acordo com Tuma, o laboratório vendia para Estados de todo o país. Ele afirmou que tem vários nomes de farmácias que teriam adquirido medicamentos do laboratório clandestino.


Texto Anterior: Saúde: Rio confirma mais 3 casos de leptospirose
Próximo Texto: Blitz suspende venda de adesivos de emagrecimento
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.