São Paulo, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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Maratona de passageiros dura 24 h

da Reportagem Local

Passageiros que estavam no vôo 864 para Nova York ou embarcariam anteontem à noite em São Paulo chegaram a passar por maratonas de quase 24 horas entre aviões e hotéis, perda de negócios e consultas médicas.
O comerciante Fernando Cabral, 43, sua mulher, Maria de Fátima Cabral, 32, dois filhos e dois sobrinhos, haviam embarcado às 18h de anteontem, em Salvador, e só saíram de São Paulo com destino à Nova York às 16h46 de ontem, quase 23 horas depois.
Eles passaram a madrugada e as horas que antecederam o embarque com as mesmas roupas que usavam ao deixar a capital baiana.
"Já tínhamos feito o check-in, às 22h de anteontem, e nossas malas foram despachadas. Estamos com a roupa do corpo", disse Maria de Fátima.
Cabral, que pretende processar a Varig para que ela pague pelo menos a diária do hotel em Nova York de ontem que já estava paga, reclamava também do serviço pago pela empresa no hotel, em Guarulhos. "A Varig só está pagando o bufê (almoço). Se as crianças querem um lanche, nós temos que pagar", disse.
Quem também estava revoltado era o exportador de calçados gaúchos Jorge Crippa, 33, que deixou de fechar um negócio de US$ 1,5 milhão em Nova York.
"Vamos perder a venda para os italianos porque não poderemos mostrar nossos produtos", disse.
Como perdeu um dos três encontros comerciais que tinha agendado, ele decidiu voltar para Novo Hamburgo (RS) e remarcar os contatos para o mês seguinte.
Outros passageiros, como o construtor Reginaldo França, 50, que vive em Boston (EUA), já tinham tido problemas quando vieram ao Brasil.
"Há um mês, também com a Varig, eu perdi duas das minhas quatro malas, onde estavam US$ 12 mil em presentes que havia comprado para minha família, em Vitória (ES)", disse.
A jornalista Maria Lúcia Rangel e outros passageiros relataram o caso de um senhor, doente de câncer, que havia perdido, por causa do atraso da viagem, uma consulta médica com seu oncologista. "A Varig pode nos devolver dinheiro, mas como vai pagar por danos como esse?", disse.


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