|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Governo irá punir quem desrespeitar a classificação relativa a faixas etárias e horários adequados para exibição
Plano prevê multa para emissoras de TV
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos pontos do Plano Nacional de Segurança Pública prevê a
aplicação de multas para punir
emissoras que desrespeitem a
classificação do Ministério da Justiça relativa a faixas etárias e horários adequados para exibição de
programas.
Hoje, o ministério estabelece
uma classificação indicativa, mas
não tem mecanismos para impor
a norma às emissoras de televisão.
A novela "Uga Uga", por exemplo, teve a exibição aconselhada
para depois das 20h, mas é veiculada às 19h pela Rede Globo.
Ao aumentar o controle sobre
as emissoras, o ministério quer
promover "a reversão de possíveis estímulos à violência, sem
cair no arbítrio da censura", segundo texto que consta do capítulo intitulado "Mídia x violência:
regulamentação".
Além de ser multada, a emissora
que descumprir a norma de classificação poderá ser obrigada a
exibir programas educativos, cuja
realização seria financiada por
um fundo formado pelas multas.
A versão final do plano está na
página do Ministério da Justiça na
Internet (www.mj.gov.br). O texto está dividido em quatro capítulos e 15 "compromissos" assumidos pelo governo.
Entre eles está o estímulo à
"criação de grupos especiais de
policiais preparados e treinados
para a investigação, negociação e
repressão de sequestros".
Esse item não constava do esboço do plano obtido pela Folha há
duas semanas, antes do sequestro
de ônibus que gerou uma onda de
críticas à polícia do Rio graças ao
desfecho do caso: uma refém
morreu e o sequestrador foi morto por asfixia depois de detido.
O governo quer também promover um recadastramento das
empresas de vigilância no país. As
que estiverem em situação irregular poderão ser fechadas.
O plano prevê ainda a implantação de delegacias de direitos humanos, de crimes ambientais e de
crimes cibernéticos nas superintendências regionais da PF.
Está prevista a criação de sete
núcleos especiais de Polícia Marítima, em Rio Grande (RS), Itajaí
(SC), Vitória (ES), Paranaguá
(PR), Foz do Iguaçu (PR), Recife
(PE) e Belém (PA). Eles seriam
"instrumentos de combate à pirataria e ao contrabando, com a colaboração da Marinha".
Na parte que trata de mudanças
na legislação, o plano destaca a
necessidade de reformar o Código Penal. Segundo o ministro José
Gregori (Justiça), uma das medidas mais importantes da reforma
prevê a extinção da suspensão
condicional da pena (sursis).
Texto Anterior: Entidades cobram ação para jovem Próximo Texto: Governadores do Norte apóiam Índice
|