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Ministério constesta metodologia
DA REPORTAGEM LOCAL
Em nota divulgada no começo
da noite de ontem, o Ministério
da Saúde contestou a metodologia aplicada no levantamento da
OMS.
Segundo o ministério, a organização não fez uma pesquisa de
massa sobre a satisfação dos
usuários e ouviu "apenas 33 pessoas, entre acadêmicos e gente ligada ao governo (que certamente
não usam o sistema público)".
"Pesquisa do Ibope/CNI divulgada na semana passada e realizada em todo o Brasil, entre usuários do SUS, mostrou que 88% deles disseram estar satisfeitos com
o atendimento", afirmou o ministro José Serra.
A nota técnica afirma ainda que
a organização usou dados de 1996
de mortalidade infantil e de uma
amostra limitada do IBGE. Não
usou dados do PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios), mais atualizada e com melhores indicadores.
Segundo a nota, outro dado
problemático é o da equidade no
financiamento da saúde. Diz a nota que esta questão está ligada à
distribuição de renda e que "é evidente que os pobres gastam proporcionalmente mais do que os
ricos nesse item".
A ministério afirma que os dados da OMS estão exagerados e
aponta uma pesquisa do IPEA
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) que mostra serem os
mais pobres os que mais usam os
serviços públicos.
Cita como exemplo São Paulo,
onde os 41% mais pobres usam
61% dos serviços públicos.
A nota afirma que há distorção
na pesquisa e aponta a melhor colocação de países como Colômbia
e Djibuti sobre Cuba, "um dos
países mais igualitários do mundo", e Canadá, "melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo".
"Os motivos principais da colocação ruim no contexto mundial
estão fora do setor de saúde", afirmou o ministro.
Na opinião dele, há três elementos para justificar tal posição: "a
desigualdade de distribuição de
renda no país, a semiparalisação
dos investimentos em saneamento e a insuficiência dos orçamentos de saúde. Quanto maior a desigualdade e menos água tratada e
esgoto adequado houver, maior
tem que ser o gasto público."
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