São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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PM investiga suspeita de suborno

DA SUCURSAL DO RIO

O corregedor-geral da Secretaria de Segurança do Rio, Aldinei Zacarias Peixoto, pediu ao Ministério Público Estadual as gravações em que traficantes combinam pagamento de propina a policiais militares. Peixoto espera receber as fitas até segunda-feira.
Os telefonemas rastreados mostram Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, orientando o também traficante conhecido como Índio -que atuaria em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense- sobre o suborno de policiais.
De acordo com a conversa, os policiais, que, segundo o comandante da PM do Rio, coronel Francisco Braz, seriam do 15º Batalhão (Caxias), receberiam R$ 100 e R$ 500 para que não atrapalhassem a venda de drogas.
Índio também é orientado a não pagar propina a policiais que moram nas favelas próximas. Eles deveriam colaborar com o tráfico como forma de garantir a própria sobrevivência e a da família.
Como os criminosos não disseram nomes, o corregedor-geral requereu a lista dos policiais que estavam trabalhando na época em que as conversas foram rastreadas. "Com a lista e as fitas, nós vamos interrogar os presos para que dêem os nomes, sob pena de sofrerem sanções se não o fizerem", disse Peixoto.
Em razão de a Corregedoria ainda não dispor dos nomes, ninguém do 15º Batalhão foi afastado. Peixoto disse ainda que só as acusações dos presos não são suficientes para incriminá-los.
Segundo o comandante da PM, quando os traficantes falam de dois oficiais que "mandam" em dias diferentes, pode-se concluir que seriam os da supervisão. "Não será difícil identificá-los", disse. A Folha procurou por telefone o comandante do 15º Batalhão, o tenente-coronel Dinaldo Carneiro de Macedo, mas até as 19h de ontem ele não havia voltado de uma operação.



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