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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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Garotinho diz que violência em SP choca; Alckmin reprova "bravata"

DA SUCURSAL DO RIO
E DO "AGORA"

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), disse ontem que o aumento da violência em São Paulo "choca" a população e cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais atenção para o problema. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que a declaração é irresponsável.
"O filho do governador [Geraldo Alckmin], a nora do governador [Mário Covas], o carro do ministro da Justiça [Márcio Thomaz Bastos], o filho do presidente da República, um juiz assassinado. São fatos que chocam a população de todo o Brasil", afirmou Garotinho, listando alguns dos casos de violência em São Paulo ocorridos nos últimos meses.
Irônico, Garotinho pediu a Lula que ele dê a São Paulo o mesmo tratamento que vem dispensando ao Rio. "Embora tenha nascido no Nordeste, ele [Lula] tem a sua carreira política em São Paulo e há de dar a São Paulo o mesmo tratamento que vem dando ao Rio de Janeiro. Tenho certeza de que o povo paulistano há de contar com ele para tirar o Estado de São Paulo do trauma dos graves incidentes ocorridos nos últimos meses."
"Essa declaração é totalmente irresponsável. Entendo que o caminho deve ser o da colaboração e parceria. Esse não é um tema para bravata. Quando precisaram de São Paulo para segurar o Fernandinho Beira-Mar, porque lá não tinha condição, nós cumprimos a nossa parte. O nosso lema é tratar as coisas com seriedade", afirmou Alckmin, ao saber da declaração.

Carros sem licitação
Garotinho fez as declarações durante a entrega, ontem, de 211 novos carros para a Polícia Militar, comprados, sem licitação, por R$ 10 milhões, conforme publicou a Folha na terça-feira.
Após a solenidade, ele disse que suas palavras eram um "apelo" ao presidente, e não uma crítica à política de segurança aplicada no Estado de São Paulo.
Garotinho disse que a dispensa de concorrência está dentro da lei porque os carros devem seguir uma padronização. Os veículos comprados são das marcas Blazer, da General Motors, e Gol, da Volkswagen. "Sempre foi feito assim", afirmou.


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