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Garotinho diz que violência em SP choca; Alckmin reprova "bravata"
DA SUCURSAL DO RIO
E DO "AGORA"
O secretário de Segurança do
Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), disse ontem que o aumento da violência em São Paulo
"choca" a população e cobrou do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais atenção para o problema.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que a declaração é irresponsável.
"O filho do governador [Geraldo Alckmin], a nora do governador [Mário Covas], o carro do ministro da Justiça [Márcio Thomaz
Bastos], o filho do presidente da
República, um juiz assassinado.
São fatos que chocam a população de todo o Brasil", afirmou Garotinho, listando alguns dos casos
de violência em São Paulo ocorridos nos últimos meses.
Irônico, Garotinho pediu a Lula
que ele dê a São Paulo o mesmo
tratamento que vem dispensando
ao Rio. "Embora tenha nascido
no Nordeste, ele [Lula] tem a sua
carreira política em São Paulo e há
de dar a São Paulo o mesmo tratamento que vem dando ao Rio de
Janeiro. Tenho certeza de que o
povo paulistano há de contar com
ele para tirar o Estado de São Paulo do trauma dos graves incidentes ocorridos nos últimos meses."
"Essa declaração é totalmente
irresponsável. Entendo que o caminho deve ser o da colaboração
e parceria. Esse não é um tema para bravata. Quando precisaram de
São Paulo para segurar o Fernandinho Beira-Mar, porque lá não
tinha condição, nós cumprimos a
nossa parte. O nosso lema é tratar
as coisas com seriedade", afirmou
Alckmin, ao saber da declaração.
Carros sem licitação
Garotinho fez as declarações
durante a entrega, ontem, de 211
novos carros para a Polícia Militar, comprados, sem licitação, por
R$ 10 milhões, conforme publicou a Folha na terça-feira.
Após a solenidade, ele disse que
suas palavras eram um "apelo" ao
presidente, e não uma crítica à política de segurança aplicada no Estado de São Paulo.
Garotinho disse que a dispensa
de concorrência está dentro da lei
porque os carros devem seguir
uma padronização. Os veículos
comprados são das marcas Blazer, da General Motors, e Gol, da
Volkswagen. "Sempre foi feito assim", afirmou.
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