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POLÍCIA
Disputa entre grupos rivais dos dois países asiáticos seria responsável por tiroteio em restaurante de São Paulo
Máfia chinesa pode ter matado coreanos
OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local
DIANA ALTERATS
do NP
Uma máfia chinesa pode estar
envolvida no tiroteio que resultou
em duas mortes no restaurante coreano Eve, no Cambuci (região
central de São Paulo), na madrugada de anteontem.
Além dos dois mortos, cinco
pessoas ficaram feridas. Inicialmente, a polícia creditou o crime a
uma disputa entre dois grupos rivais de sul-coreanos.
A hipótese da participação da
máfia chinesa foi levantada ontem
pela família de um dos coreanos
baleados.
A Folha apurou que a Polícia Federal também recebeu informações sobre a chegada de supostos
criminosos chineses a São Paulo e
estaria investigando a participação
deles no crime de anteontem.
Mafiosos chineses que moravam
em Seul (capital da Coréia do Sul)
teriam chegado a São Paulo há três
meses e passado a disputar território com os mafiosos coreanos.
Na sexta-feira da semana passada, a máfia chinesa teria invadido
um karaokê de coreanos na Consolação (região central), pois os
donos não teriam pago propina.
Três comerciantes sul-coreanos
foram espancados. Então, os mafiosos da Coréia resolveram se armar e enfrentar os chineses.
"Os coreanos são como uma família: os mais velhos cuidam dos
jovens como se fossem seus filhos,
dando casa e comida. Em troca,
eles recebem a proteção dos moços", explicou.
Na madrugada de anteontem,
houve o conflito entre as duas supostas máfias, no restaurante Eve.
Todas as vítimas da troca de tiros
seriam do grupo coreano. Os chineses teriam conseguido fugir sem
ser atingidos.
Um sul-coreano que se identificou como Paulo, dono de uma
agência de turismo e câmbio no
Bom Retiro, afirmou que a comunidade está preocupada com a disputa entre as duas máfias.
"Essa guerra não vai acabar tão
cedo, pois os coreanos vão vingar a
morte de seus conterrâneos."
A polícia não havia identificado
até a noite de ontem o segundo coreano morto no tiroteio do restaurante Eve. A outra pessoa morta no
tiroteio foi o coreano Jung Ill, 29,
que tinha o corpo inteiro coberto
por tatuagens, inclusive os órgãos
genitais.
Quatro coreanos feridos no tiroteio continuavam internados até a
noite de ontem no Hospital do Servidor Público Municipal. Dois coreanos continuam presos no 6º DP
(Cambuci). Todos os presos e feridos serão levados à Polícia Federal
para terem suas identidades confirmadas. "Todos eles devem ter
dado nomes falsos", disse o delegado Antonio Carlos Mesquita.
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