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Falta de lazer
também leva
à violência
da Reportagem Local
Além do desemprego e da baixa
escolaridade, há uma série de outros fatores que contribuem para a
maior incidência de violência na
sociedade, concordam os especialistas da área.
"Essa equação (desemprego +
baixa escolaridade = violência) é
verdadeira. Mas o problema é que,
além disso, não há políticas públicas, não há espaço, não há lazer,
não há nada para esses jovens",
afirma Maria Virgínia de Freitas,
coordenadora da área de Juventude da Ação Educativa.
"As relações que o homicídio
tem com suas causas é mais complexa. Envolve desemprego, mas
também subemprego, lazer, drogas, tráfico, política social, padrões éticos, auto-estima, acesso a
armas", afirma Marcos Drumond, do Programa de Aprimoramento de Informações de Mortalidade de São Paulo.
Felícia Madeira, diretora de análise socioeconômica do Seade,
aponta, por exemplo, o acesso cada vez mais fácil às drogas como
fator importante para o aumento
da violência e criminalidade.
"A popularização das drogas
-o crack, que virou uma droga
barata. Se não tivesse isso, talvez a
situação fosse diferente", diz Felícia. "Os jovens estão encontrando
dificuldade no mercado de trabalho e facilidade no mercado da
transgressão", acrescenta.
"A alternativa de um jovem ao
tráfico é virar pedreiro ou office-boy, o que vai dar a ele um salário miserável", afirma Drumond.
"O que existe é uma enorme falta de perspectiva para esses jovens", diz Maria Virgínia. "Mesmo quando há escolaridade, até
que ponto a escola está conseguindo criar referenciais éticos nos alunos?", pergunta.
Para ela, o risco de associar diretamente juventude, desemprego e
violência é estigmatizar ainda mais
os jovens. "O que me preocupa é o
pânico em relação ao jovem, ou seja, que ele apareça como perigoso", afirma.
(GD e FR)
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