São Paulo, domingo, 21 de junho de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice TRÁFICO Infrator teme desemprego ao ser solto da Febem
da Reportagem Local O temor de R.R.L., 18 -preso há nove meses na Febem por ter matado um rapaz que devia dinheiro a um traficante amigo seu-, é voltar para a rua e não conseguir emprego. "Essa situação facilita a volta ao tráfico. Espero que minha família me apóie e me ajude a evitá-la." R. começou a traficar cocaína e maconha para ter acesso mais fácil ao uso. "E, de quebra, ganhava dinheiro, já que estava difícil arrumar emprego", diz. "Foi um engano. A grana entrou e foi embora com a mesma rapidez. Hoje, não tenho nada e estou preso." Seu colega R.S., 16, está na mesma situação. Há um ano preso na Febem por assalto à mão armada, R.S. diz que só conseguirá apagar seu "passado negro" quando retomar os estudos e começar a trabalhar. Ele começou a roubar aos 11. "Minha mãe não me deixava trabalhar e eu queria poder comprar coisas, mas não tinha dinheiro." Aos 13, conheceu seu pai, que o chamou para trabalhar no tráfico de drogas. "Ele me dava dinheiro e comprou um carro para mim." Foi um passo para se viciar em crack. "Cheguei a gastar R$ 1.800 de uma vez em crack. Fumava três dias seguidos e não parava nem para comer." (PRISCILA LAMBERT) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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