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São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

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Caso Celobar não seria evitado com vigilância

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem a vigilância sanitária mais organizada do mundo conseguiria impedir os casos de problemas com remédios registrados nos últimos meses no país, diz o diretor-presidente da Anvisa, Cláudio Maierovitch Henriques.
"Não havia como impedir porque se trata de ações fraudulentas, criminosas", afirmou na última quinta.
Henriques faz referência à descoberta de que havia substância usada em veneno de rato no contraste radiológico Celobar, fabricado pelo Enila, do Rio. Ao menos 16 pessoas morreram após tomar a droga. O laboratório, que teve o registro cassado, tinha passado por vistoria de rotina anual, em que não foram achados problemas, e possuía o certificado de Boas Práticas Farmacêuticas.
Logo depois, a Anvisa e o Ministério da Saúde começaram a investigar a relação de 27 casos de infecções oculares e cegueira ao uso de produtos oftalmológicos aplicados em cirurgias de catarata. Estão sob investigação os laboratórios OftVision e Ophthalmos, de São Paulo, além de uma rede empresas sem registro, liderada pela Lens Surgical, de Campinas (SP).
A reportagem pediu que Henriques comentasse os dados que mostram a precariedade no controle oficial de laboratórios. "O desempenho não é terrível, ele é aquém do desejado. Agora, acredito que nenhum país do mundo passou por transformações tão rápidas na área de regulação de medicamentos como a que vem ocorrendo no Brasil", diz.
A garantia da qualidade também depende do adequado processo de registro e de farmacovigilância (controle dos problemas relacionados aos remédios). Sobretudo para o último item, o país não tem uma rede adequada de informações.
São Paulo informou ter inspecionado todos os 250 laboratórios do Estado, mas não forneceu os resultados gerais. Em uma amostra de 82 indústrias, 10% estavam insatisfatórias.

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