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Caso Celobar não seria evitado com vigilância
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem a vigilância sanitária
mais organizada do mundo
conseguiria impedir os casos
de problemas com remédios
registrados nos últimos meses no país, diz o diretor-presidente da Anvisa, Cláudio
Maierovitch Henriques.
"Não havia como impedir
porque se trata de ações
fraudulentas, criminosas",
afirmou na última quinta.
Henriques faz referência à
descoberta de que havia
substância usada em veneno
de rato no contraste radiológico Celobar, fabricado pelo
Enila, do Rio. Ao menos 16
pessoas morreram após tomar a droga. O laboratório,
que teve o registro cassado,
tinha passado por vistoria de
rotina anual, em que não foram achados problemas, e
possuía o certificado de Boas
Práticas Farmacêuticas.
Logo depois, a Anvisa e o
Ministério da Saúde começaram a investigar a relação
de 27 casos de infecções oculares e cegueira ao uso de
produtos oftalmológicos
aplicados em cirurgias de catarata. Estão sob investigação os laboratórios OftVision e Ophthalmos, de São
Paulo, além de uma rede
empresas sem registro, liderada pela Lens Surgical, de
Campinas (SP).
A reportagem pediu que
Henriques comentasse os
dados que mostram a precariedade no controle oficial
de laboratórios. "O desempenho não é terrível, ele é
aquém do desejado. Agora,
acredito que nenhum país
do mundo passou por transformações tão rápidas na
área de regulação de medicamentos como a que vem
ocorrendo no Brasil", diz.
A garantia da qualidade
também depende do adequado processo de registro e
de farmacovigilância (controle dos problemas relacionados aos remédios). Sobretudo para o último item, o
país não tem uma rede adequada de informações.
São Paulo informou ter
inspecionado todos os 250
laboratórios do Estado, mas
não forneceu os resultados
gerais. Em uma amostra de
82 indústrias, 10% estavam
insatisfatórias.
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