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FHC defende ensino gratuito e pede vagas
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o
ensino universitário público será
mantido. Mas, faltando meses para o final de seu mandato, cobrou
das universidades a ampliação do
número de vagas oferecidas.
"Um país democrático tem de
oferecer a universidade pública,
mas é preciso que as universidades
também cumpram o papel delas e
ampliem as vagas, porque a proporção aluno/professor no Brasil é
extremamente baixa", disse FHC.
Segundo o governo, há oito alunos para cada professor nas públicas. "E o mais dramático é que, no
número de funcionários, às vezes,
a proporção é ainda mais aguda",
acrescentou o presidente.
As declarações foram feitas na
abertura da 1ª Reunião de Ministros de Educação do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA (Organização
dos Estados Americanos). Na reunião estavam os ministros de Educação dos países-membros da
OEA e embaixadores estrangeiros.
Na opinião de FHC, se as universidades públicas não ampliarem o
número de vagas, a população
acabará tendo de "pagar caro"
nas universidades privadas.
"A expansão do setor universitário vai recair, basicamente, sobre a escola privada, que é cara e
que, infelizmente para nós, é frequentada pelos mais pobres, não
pelos mais ricos", disse ele.
FHC disse que a ampliação de
vagas "precisa ser reorientada de
tal maneira que a universidade pública seja mais democrática, não
fale só em democracia, pratique a
democracia". A afirmação em defesa da democracia foi feita poucos dias depois de os estudantes da
Federal do Rio se revoltarem contra a decisão do governo de escolher como reitor José Henrique
Vilhena, segundo colocado nas
eleições internas, em vez de Aluísio Teixeira, o mais votado.
Sem citar o caso, FHC elogiou a
"democracia" que domina as universidades particulares, que ampliou o número de vagas oferecidas, embora tenha feito referência
aos altos preços cobrados por elas.
"Houve uma expansão do ensino universitário privado muito
grande", afirmou. "E, infelizmente, não houve a mesma taxa de expansão no ensino público. Esse é
um dos problemas a serem enfrentados."
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