São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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FHC defende ensino gratuito e pede vagas

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o ensino universitário público será mantido. Mas, faltando meses para o final de seu mandato, cobrou das universidades a ampliação do número de vagas oferecidas.
"Um país democrático tem de oferecer a universidade pública, mas é preciso que as universidades também cumpram o papel delas e ampliem as vagas, porque a proporção aluno/professor no Brasil é extremamente baixa", disse FHC.
Segundo o governo, há oito alunos para cada professor nas públicas. "E o mais dramático é que, no número de funcionários, às vezes, a proporção é ainda mais aguda", acrescentou o presidente.
As declarações foram feitas na abertura da 1ª Reunião de Ministros de Educação do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA (Organização dos Estados Americanos). Na reunião estavam os ministros de Educação dos países-membros da OEA e embaixadores estrangeiros.
Na opinião de FHC, se as universidades públicas não ampliarem o número de vagas, a população acabará tendo de "pagar caro" nas universidades privadas.
"A expansão do setor universitário vai recair, basicamente, sobre a escola privada, que é cara e que, infelizmente para nós, é frequentada pelos mais pobres, não pelos mais ricos", disse ele.
FHC disse que a ampliação de vagas "precisa ser reorientada de tal maneira que a universidade pública seja mais democrática, não fale só em democracia, pratique a democracia". A afirmação em defesa da democracia foi feita poucos dias depois de os estudantes da Federal do Rio se revoltarem contra a decisão do governo de escolher como reitor José Henrique Vilhena, segundo colocado nas eleições internas, em vez de Aluísio Teixeira, o mais votado.
Sem citar o caso, FHC elogiou a "democracia" que domina as universidades particulares, que ampliou o número de vagas oferecidas, embora tenha feito referência aos altos preços cobrados por elas.
"Houve uma expansão do ensino universitário privado muito grande", afirmou. "E, infelizmente, não houve a mesma taxa de expansão no ensino público. Esse é um dos problemas a serem enfrentados."



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