|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Falta de diagnóstico gera preconceito
DA REPORTAGEM LOCAL
Dores generalizadas pelo corpo,
enxaqueca, insônia, várias consultas aos mais diversos especialistas e demora no diagnóstico da
doença. Esses são alguns dos sintomas ou situações que os fibromiálgicos têm em comum.
Eles também relatam histórias
de preconceito, já que a inexistência de exame físico que comprove
a doença faz com que muita gente
desconfie das queixas.
A dona-de-casa Virgínia Palermo, 34, demorou seis anos para
conseguir diagnosticar o que provocava as dores que sentia nas
costas, a enxaqueca, a falta de ânimo e a insônia.
Ela afirma que começou a sentir
os sintomas de fibromialgia em
95, logo depois de dar à luz a filha,
e os médicos relacionavam os sintomas ao período pós-parto.
Desde então, Virgínia passou
por quatro ortopedistas, quatro
reumatologistas, cinco clínicos-gerais, um imunologista, um dermatologista e um ginecologista.
Nenhum deles conseguiu descobrir a causa de tanta dor.
Na falta de um diagnóstico, a família e os amigos de Virgínia
acreditavam que ela estava com
problemas emocionais. Ela chegou a procurar um psiquiatra,
mas só começou a melhorar há
um mês, quando a fibromialgia
foi finalmente diagnosticada e ela
iniciou tratamento, que inclui hidroterapia. "Foi um alívio. Finalmente espero viver melhor", afirma a dona-de-casa.
O autônomo Rosmarino Ranzer de Oliveira, 31, de Caraguatatuba (SP), diz que sofre de dores
nas pernas desde a infância, embora a doença só tenha sido diagnosticada há dois anos.
A partir dos 18 anos, de acordo
com ele, as dores se espalharam
por todas as articulações e músculos do corpo e foram associadas
à fadiga, insônia e cansaço.
"Ninguém conseguia identificar
o que eu tinha. As pessoas me
olhavam estranho, não acreditavam na minha dor", afirma. Há
dois anos, ele não conseguiu mais
andar e passou a se locomover em
uma cadeira de rodas.
Com a ajuda de amigos e da prefeitura da sua cidade, começou a
fazer fisioterapia em uma clínica
particular em São Paulo que dispõe de equipamentos que permitem que ele faça exercícios passivos de baixo impacto.
Os primeiros resultados começaram a surgir há dois meses,
quando deu os primeiros passos
com a ajuda de muletas. Os distúrbios do sono e a enxaqueca
também diminuíram 80%, de
acordo com ele.
Texto Anterior: Acupuntura alivia enxaqueca de comerciante Paula Farias, portadora de fibromialgia que chegou a tomar morfina para suportar enxaqueca Próximo Texto: Caminhada pode ajudar doentes Índice
|