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Processo ocorre de forma indireta na universidade
DA REPORTAGEM LOCAL
O processo eleitoral para reitor
na USP é feito de forma indireta e
não permite reeleição consecutiva. Só quem for professor titular
pode se candidatar.
O mandato de reitor da USP,
cargo de dirigente da maior instituição de ensino superior do país,
é de quatro anos.
"A idéia original era não ter candidato. As pessoas, ao votar, lembrariam da representatividade
acadêmica de cada um. Mas isso
não funciona, as pessoas querem
que alguém se candidate", afirmou o presidente da comissão
eleitoral da USP, Walter Colli.
Para ele, ainda não dá para prever o que vai acontecer nas eleições. "A disputa está muito equilibrada", analisa.
Votam no primeiro turno da
eleição, na próxima quarta-feira,
um colegiado de 1.500 pessoas,
formado por 86,6% de professores, 8% de estudantes e 5,4% de
servidores.
Definição
Os integrantes são os representantes das congregações nas unidades. Dos nove candidatos declarados ao cargo, o colegiado deverá, nessa primeira fase, escolher
oito nomes. Na teoria, todos os
professores titulares são candidatos natos.
No segundo turno, que será realizado no dia 9 de novembro, serão 267 votantes, 85% professores
(membros dos conselhos centrais
e do conselho universitário), 14%
de alunos e 1% de servidores.
"É muito democrático", resume
Colli. Dessa segunda fase saem
três nomes, que vão formar a lista
tríplice da qual o governador Geraldo Alckmin (PSDB) escolherá
o novo reitor.
O reitor Jacques Marcovitch,
que vai deixar o cargo no dia 25 de
novembro, defende que as eleições ocorram de maneira indireta, mostrando uma pesquisa que
fez com seus colegas de vários países (Portugal, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Espanha, Suécia,
Austrália, Canadá, Colômbia,
Malásia e EUA).
E-mails
"Resolvi mandar e-mails para
reitores que eu fui encontrando
ao longo deste mandato, de universidades que considero de qualidade, e pedi para eles me informarem como são escolhidos os
reitores dessas universidades e
qual a opinião deles sobre a idéia
de eleições diretas", diz.
Nas respostas, segundo o atual
reitor, foram identificados dois
grupos. "Você vai encontrar os
que adotam eleições indiretas e
tem os que vão além, que usam a
comissão de seleção. Eles vão procurar entre os professores aqueles
que têm o melhor perfil, ninguém
se candidata."
De acordo com Marcovitch, há
vários modelos. Mas em nenhum
deles é defendida a idéia da eleição direta.
"Não há como articular 100 mil
pessoas numa votação direta.
Quem tem essa estrutura são os
partidos políticos. Isso tenderia a
se partidarizar, e o processo se
distanciaria dos critérios acadêmicos."
(RGV)
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