São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Processo ocorre de forma indireta na universidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O processo eleitoral para reitor na USP é feito de forma indireta e não permite reeleição consecutiva. Só quem for professor titular pode se candidatar.
O mandato de reitor da USP, cargo de dirigente da maior instituição de ensino superior do país, é de quatro anos.
"A idéia original era não ter candidato. As pessoas, ao votar, lembrariam da representatividade acadêmica de cada um. Mas isso não funciona, as pessoas querem que alguém se candidate", afirmou o presidente da comissão eleitoral da USP, Walter Colli.
Para ele, ainda não dá para prever o que vai acontecer nas eleições. "A disputa está muito equilibrada", analisa.
Votam no primeiro turno da eleição, na próxima quarta-feira, um colegiado de 1.500 pessoas, formado por 86,6% de professores, 8% de estudantes e 5,4% de servidores.

Definição
Os integrantes são os representantes das congregações nas unidades. Dos nove candidatos declarados ao cargo, o colegiado deverá, nessa primeira fase, escolher oito nomes. Na teoria, todos os professores titulares são candidatos natos.
No segundo turno, que será realizado no dia 9 de novembro, serão 267 votantes, 85% professores (membros dos conselhos centrais e do conselho universitário), 14% de alunos e 1% de servidores.
"É muito democrático", resume Colli. Dessa segunda fase saem três nomes, que vão formar a lista tríplice da qual o governador Geraldo Alckmin (PSDB) escolherá o novo reitor.
O reitor Jacques Marcovitch, que vai deixar o cargo no dia 25 de novembro, defende que as eleições ocorram de maneira indireta, mostrando uma pesquisa que fez com seus colegas de vários países (Portugal, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Espanha, Suécia, Austrália, Canadá, Colômbia, Malásia e EUA).

E-mails
"Resolvi mandar e-mails para reitores que eu fui encontrando ao longo deste mandato, de universidades que considero de qualidade, e pedi para eles me informarem como são escolhidos os reitores dessas universidades e qual a opinião deles sobre a idéia de eleições diretas", diz.
Nas respostas, segundo o atual reitor, foram identificados dois grupos. "Você vai encontrar os que adotam eleições indiretas e tem os que vão além, que usam a comissão de seleção. Eles vão procurar entre os professores aqueles que têm o melhor perfil, ninguém se candidata."
De acordo com Marcovitch, há vários modelos. Mas em nenhum deles é defendida a idéia da eleição direta.
"Não há como articular 100 mil pessoas numa votação direta. Quem tem essa estrutura são os partidos políticos. Isso tenderia a se partidarizar, e o processo se distanciaria dos critérios acadêmicos." (RGV)



Texto Anterior: Eleições na USP: Próximo reitor pretende conter fundações
Próximo Texto: Candidatos pregam maior atuação social
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.