São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Legacy passou por 7 testes, diz Embraer à PF

Informação foi fornecida pelo diretor de Ensaios da Embraer durante depoimento prestado ontem à Polícia Federal

Sérgio Mauro Costa afirmou ainda que o plano de vôo do jato, que colidiu com Boeing da Gol, foi elaborado por uma empresa terceirizada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Embraer informou ontem à Polícia Federal que submeteu a sete testes e aprovou o funcionamento do jato executivo Legacy, que colidiu com o Boeing-737/800 no dia 29 de outubro, resultando na morte das 154 pessoas do vôo 1907 da Gol.
Em depoimento ao delegado Renato Sayão, o diretor de Ensaios da Embraer, Sérgio Mauro Costa, esclareceu que o plano de vôo do jato foi elaborado por uma empresa terceirizada. O nome não foi divulgado, segundo a Polícia Federal, para preservar a empresa e as investigações. O plano de vôo do Legacy foi aprovado pelo controle de tráfego aéreo antes da decolagem.
A elaboração do plano de vôo é feita com a ajuda de um programa de computador que leva em conta as normas da Aeronáutica, condições climáticas e as características da aeronave.

Silêncio
Sayão evitou os repórteres e deixou a Caop (Coordenação de Aviação Operacional) da Polícia Federal, em Brasília, em silêncio.
Antes, forneceu informações por meio da assessoria de imprensa do departamento. De acordo com a assessoria, o diretor da Embraer teria dito que os sete testes seguem o padrão da empresa, sendo os últimos três realizados com a presença dos compradores da aeronave.
Não foi possível esclarecer, no entanto, se os pilotos do Legacy acompanharam estes últimos testes. Essas ocasiões servem justamente para apresentar especificidades do funcionamento das aeronaves aos seus donos.
A Polícia Federal investiga o caso para apurar se houve crime praticado por algum dos envolvidos. As causas do acidente seguem sob responsabilidade do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), subordinado ao Ministério da Defesa.

Inquérito
O inquérito da PF foi aberto no dia 5 de novembro, mas até o momento o delegado diz não ter cópias da transcrição das caixas-pretas do Legacy e do Boeing, bem como transcrições das comunicações por rádio entre a torre de controle de Brasília e de Manaus com os dois aviões.
Os depoimentos de controladores e dos pilotos do Legacy só serão agendados depois que essa documentação chegar a Sayão, diz a assessoria da PF.
O diretor da Embraer se comprometeu, segundo a assessoria da PF, a entregar documentos que comprovem a realização dos testes, a homologação para vôo, o atestado de aeronavegabilidade e dados do RVSM (sistema que permite o vôo em grandes altitudes por meio de instrumentos).


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