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Legacy passou por 7 testes, diz Embraer à PF
Informação foi fornecida pelo diretor de Ensaios da Embraer durante depoimento prestado ontem à Polícia Federal
Sérgio Mauro Costa afirmou ainda que o plano de vôo do jato, que colidiu com Boeing da Gol, foi elaborado por uma empresa terceirizada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Embraer informou ontem
à Polícia Federal que submeteu
a sete testes e aprovou o funcionamento do jato executivo Legacy, que colidiu com o Boeing-737/800 no dia 29 de outubro,
resultando na morte das 154
pessoas do vôo 1907 da Gol.
Em depoimento ao delegado
Renato Sayão, o diretor de Ensaios da Embraer, Sérgio Mauro Costa, esclareceu que o plano de vôo do jato foi elaborado
por uma empresa terceirizada.
O nome não foi divulgado, segundo a Polícia Federal, para
preservar a empresa e as investigações. O plano de vôo do Legacy foi aprovado pelo controle
de tráfego aéreo antes da decolagem.
A elaboração do plano de vôo
é feita com a ajuda de um programa de computador que leva
em conta as normas da Aeronáutica, condições climáticas e
as características da aeronave.
Silêncio
Sayão evitou os repórteres e
deixou a Caop (Coordenação de
Aviação Operacional) da Polícia Federal, em Brasília, em silêncio.
Antes, forneceu informações
por meio da assessoria de imprensa do departamento. De
acordo com a assessoria, o diretor da Embraer teria dito que os
sete testes seguem o padrão da
empresa, sendo os últimos três
realizados com a presença dos
compradores da aeronave.
Não foi possível esclarecer,
no entanto, se os pilotos do Legacy acompanharam estes últimos testes. Essas ocasiões servem justamente para apresentar especificidades do funcionamento das aeronaves aos
seus donos.
A Polícia Federal investiga o
caso para apurar se houve crime praticado por algum dos envolvidos. As causas do acidente
seguem sob responsabilidade
do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos), subordinado ao
Ministério da Defesa.
Inquérito
O inquérito da PF foi aberto
no dia 5 de novembro, mas até o
momento o delegado diz não
ter cópias da transcrição das
caixas-pretas do Legacy e do
Boeing, bem como transcrições
das comunicações por rádio entre a torre de controle de Brasília e de Manaus com os dois
aviões.
Os depoimentos de controladores e dos pilotos do Legacy só
serão agendados depois que essa documentação chegar a Sayão, diz a assessoria da PF.
O diretor da Embraer se
comprometeu, segundo a assessoria da PF, a entregar documentos que comprovem a realização dos testes, a homologação para vôo, o atestado de aeronavegabilidade e dados do
RVSM (sistema que permite o
vôo em grandes altitudes por
meio de instrumentos).
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