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RIO
Empresas que abastecem unidades policiais suspenderam as entregas; comandantes têm liberado soldados mais cedo, sem almoço
Inadimplência da PM deixa os quartéis sem alimentos
DA SUCURSAL DO RIO
Em razão da falta de pagamento, empresas que fornecem alimentos para batalhões e quartéis
da PM (Polícia Militar) do Rio estão suspendendo as entregas. A
medida tem obrigado os comandos a liberar os policiais encarregados dos serviços burocráticos
pouco antes da hora do almoço,
sem direito a refeição.
Segundo a PM, os produtos perecíveis são os mais afetados pela
suspensão do fornecimento.
Frango e carnes bovina e suína
caíram do cardápio de boa parte
dos cerca de 40 batalhões do Estado há, pelo menos, uma semana.
Com a falta de carne, o cardápio
tem se restringido, nos últimos
dias, a arroz, feijão, batata e ovo.
O governo admite a falta de pagamento e informa que as dívidas
acumuladas com fornecedores
vêm desde 1999. A Secretaria Estadual de Fazenda divulga que,
para solucionar o problema, efetuou dois pagamentos neste mês,
um de R$ 500 mil, feito no dia 4, e
o outro de R$ 700 mil, no dia 14.
O valor total da dívida não foi
informado pela secretária, que
alega que a dificuldade em quitá-la resulta do déficit mensal do Estado, de cerca de R$ 160 milhões.
Um dos principais fornecedores
para a PM, o frigorífico mineiro
Henrique da Costa Indústria e
Comércio de Carnes tem faturas
vencidas e não pagas pelo governo do Estado desde 31 de agosto.
Segundo o diretor financeiro da
empresa, Gilmar de Oliveira Costa, o total devido pela administração da governadora Benedita da
Silva (PT) é de R$ 778 mil.
Costa disse que no dia 14 recebeu R$ 70 mil de pagamento referente a dívidas de setembro. De
acordo com ele, outras contas
vencidas há mais de dois meses
ainda não foram pagas.
A inadimplência levou o frigorífico a suspender o fornecimento
de carne -cerca de 70 mil toneladas mensais- no último dia 12.
O comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz, admitiu a
crise no abastecimento e disse que
a Secretaria de Fazenda já teria garantido solução para o problema.
A Pm informou que a falta de
alimentos não atinge a todos os
batalhões porque a corporação
dispõe de estoques de alimentos.
"O maior problema é com os produtos perecíveis, que não podem
ser armazenados por muito tempo, como é o caso das carnes",
disse o major Frederico Caldas,
assessor de comunicação da PM.
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