São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 2005

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Padre recomenda que a gestante cante para o filho

DA REPORTAGEM LOCAL

"Curta a gravidez, curta seu filho, converse com ele, cante para ele." É o conselho do padre Luiz Carlos Lodi da Cruz às gestantes de fetos inviáveis à vida. O padre Lodi, mais aguerrido representante da Igreja Católica na causa antiaborto, explicou por telefone à Folha seu ponto de vista: "O que se chama de feto inviável à vida é um ser que tem uma doença gravíssima. Em vez de ser assassinado por um aborto, ele tem de ser acarinhado. Está provado que as ondas sonoras se propagam no interior do corpo da mulher mais velozmente do que no ar. Se a mãe cantar para esse serzinho, ele ouvirá."
Lembra-se do caso de Tatielle? "Não. Já pedi a concessão de um sem-número de habeas corpus em casos como esse. E vou continuar pedindo." No caso da jovem, o pedido -urgente- foi escrito a mão.
Dirigente da Pró-Vida, Anápolis (GO), o padre é o terror das feministas. Desde que a Justiça começou a autorizar interrupções de gestação em caso de má-formação fetal, o padre Lodi, engenheiro de formação, vem estudando direito. "É preciso combater usando as próprias armas dos adversários."
Inspirada na americana Pro-Life, a mais combativa adversária do aborto legalizado, a Pró-Vida acolhe jovens grávidas vítimas de estupro. "Cuidamos delas em toda a gestação, parto e puerpério. Nenhuma quis entregar o filho para adoção."
"Minha inspiração é Nossa Senhora, a mãe de Deus", diz. "Ela, mais que qualquer jovem, teve uma gravidez inesperada -a mais inesperada de todas. E nunca pensou em matar o filho que levava no ventre." (LC)


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