São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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"RETRATO DE SUZANNE BLOCH"

Tela que mostra cantora wagneriana foi a última obra da fase azul de Picasso

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Retrato de Suzanne Bloch" é a última obra de Pablo Picasso (1881-1973) em sua fase azul, considerada um momento de transição em sua carreira. Entre 1901 e 1904, ele viveu entre Barcelona e Paris, e foi na capital francesa que ele elaborou o retrato de Suzanne Bloch, importante cantora wagneriana e irmã do violinista Henri Bloch.
Ela posou para o artista em seu ateliê, no número 13 da rua Ravignan, em Paris, introduzida pelo poeta e pintor Max Jacob, no fim de 1904. Além do quadro a óleo do Masp, Picasso fez ainda um retrato de Bloch desenhado com bico de pena e com realces a guache, que pertence à coleção Neubury Coray, em Ascona, na Suíça.
Na pintura do Masp vê-se uma clara influência da estrutura pictórica de Paul Cézanne (1839-1906), que construía suas obras por meio de planos geométricos da cor, o que, para alguns críticos, vai levar "Retrato de Suzanne Bloch" a ser uma obra de âmbito pós-impressionista.
Essa preocupação, de como a forma da construção é mais importante do que o realismo da representação, e, nesse sentido, o azul dominante nesta tela é um bom exemplo, é uma das características precursoras do cubismo, que tem em Picasso um de seus principais líderes, ao lado de George Braque.
Com o cubismo, que tem início com Picasso na pintura "Les Demoiselles d'Avignon" (1907), rompe-se com todas as formas tradicionais de representação, que irá culminar com a idéia de autonomia da arte, um dos princípios do modernismo.
"Retrato de Suzanne Bloch" já participou de mostras em várias partes do mundo, entre elas no próprio Museu Picasso de Paris, em 1994, tendo sido vista ainda em cidades como Berlim (1913), Buenos Aires (1939), São Francisco, nos EUA (1940), Los Angeles (1941) e Berna (1992).


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