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Lei que prevê ônibus a gás é ignorada
da Reportagem Local
São Paulo, considerada a terceira metrópole mundial, tem
hoje uma frota de ônibus altamente poluente. São 10.100
ônibus movidos a diesel, o que
corresponde a 93% da frota.
Existem apenas 534 trólebus
elétricos (não-poluentes) e 249
veículos que rodam com gás
natural, que emitem 50% a menos de poluição do que os limites estabelecidos pela legislação
para os ônibus a diesel.
Um ônibus a diesel emite 540
mg de monóxido de carbono (CO) por quilômetro rodado, 230 mg/km de
hidrocarbonetos (HC) e 30
mg/km de dióxido de enxofre
(SO2).
A SPTrans (São Paulo Transporte), empresa que gerencia o
sistema de ônibus na cidade,
informou que uma lei municipal de 96 foi a primeira medida
tomada para tentar substituir a
frota a diesel por gás natural.
A lei 12.140, de julho de 96,
prevê que as empresas de ônibus são obrigadas a substituir,
a cada ano, 5% da frota a diesel
por veículos que rodam com
gás natural.
Pelos cálculos da SPTrans, a
cidade já deveria ter 1.365 veículos circulando com gás natural (cinco vezes e meia o número de ônibus que hoje rodam
em São Paulo).
"O problema é que várias
empresas de ônibus entraram
na Justiça para não cumprir a
determinação, alegando problemas financeiros e reclamando do alto custo dos veículos",
disse Simão Saura Neto, do Departamento de Engenharia e
Tecnologia da SPTrans.
Segundo Saura, os empresários também alegam um problema mercadológico: o gás
natural é uma tecnologia razoavelmente nova. Começou a
ser implantada em São Paulo
no início da década de 90.
Além de gastar muito mais
para comprar um veículo que
transporta o mesmo número
de passageiros de um ônibus a
diesel, as empresas também
alegam ter dificuldades para
encontrar compradores para
os veículos a gás no mercado
nacional. Um ônibus movido a
gás natural custa R$ 148.540,
quase o dobro de um a diesel
convencional.
Segundo a SPTrans, o próximo edital que vai reorganizar o
sistema de ônibus prevê o aumento da frota com gás natural.
(GN)
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