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Cidades retiram famílias que vivem em região de represas
Volume das represas do sistema Cantareira está próximo de seu nível máximo
Em Capivari, moradores voltaram a enfrentar enchentes ontem; passageiros vindos do interior do Estado desistiram de ir à capital
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Com o volume das represas
do sistema Cantareira próximo
do nível máximo, os municípios
que ficam ao longo dos rios que
recebem água dos reservatórios estão removendo famílias
que correm o risco de ter suas
casas inundadas.
Em Atibaia (67 km de São
Paulo), onde 500 famílias vivem às margens do rio Atibaia,
cerca de 50 já foram retiradas
de casa -cinco deles ontem- e
estão alojadas no ginásio de
uma escola. As enchentes vêm
ocorrendo na cidade desde o
início do ano. Ontem, o rio estava 90 cm acima do normal.
Em Bom Jesus dos Perdões
(81 km de São Paulo), onde outras 500 famílias vivem ao longo do rio Atibainha, 20 foram
levadas para casas de parentes.
Segundo o município, a
quantidade de água liberada
nos reservatórios é maior do
que a anunciada. Ontem, o nível do rio estava um metro acima do nível normal.
A Sabesp diz que as represas
estão retendo água de maneira
controlada e que as comportas
estão sendo abertas desde o
mês de dezembro.
Capivari
Os moradores de Capivari, na
região de Campinas, voltaram a
enfrentar inundações ontem.
Ao menos 13 bairros foram afetados. O rio que corta a cidade
transbordou e cerca de 450
pessoas estão em abrigos.
A prefeitura diz que as cheias
do rio Capivari são mais frequentes por receber água de
outros córregos e rios da região.
Sem viagens
Maurício Kauffman, 41, teve
que agir ontem como um estrategista para organizar os ônibus fretados que coordena.
Às 7h, o motorista do primeiro ônibus que saiu de Campinas
ligou avisando que não conseguia entrar em São Paulo.
Kauffman passou a avisar os
passageiros. Alguns desistiram;
outros seguiram viagem.
A coordenadora de telecomunicações Olívia Barbosa, 50,
foi até Jundiaí quando decidiu
voltar. "Desisti porque da outra
vez cheguei com dores e nem
consegui trabalhar."
Dona de uma tapeçaria no
centro da capital, Camila Carvalho, 25, que mora em Arujá,
diz que o trajeto que leva 40 minutos durou, pela manhã, quatro horas. Sua tapeçaria só começou a funcionar às 12h.
(LUIZA BANDEIRA, MATHEUS PICHONELLI, ANNA CAROLINA CARDOSO, RENATA
BAPTISTA e MAURÍCIO SIMIONATO)
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