São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Cidades retiram famílias que vivem em região de represas

Volume das represas do sistema Cantareira está próximo de seu nível máximo

Em Capivari, moradores voltaram a enfrentar enchentes ontem; passageiros vindos do interior do Estado desistiram de ir à capital

DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Com o volume das represas do sistema Cantareira próximo do nível máximo, os municípios que ficam ao longo dos rios que recebem água dos reservatórios estão removendo famílias que correm o risco de ter suas casas inundadas.
Em Atibaia (67 km de São Paulo), onde 500 famílias vivem às margens do rio Atibaia, cerca de 50 já foram retiradas de casa -cinco deles ontem- e estão alojadas no ginásio de uma escola. As enchentes vêm ocorrendo na cidade desde o início do ano. Ontem, o rio estava 90 cm acima do normal.
Em Bom Jesus dos Perdões (81 km de São Paulo), onde outras 500 famílias vivem ao longo do rio Atibainha, 20 foram levadas para casas de parentes.
Segundo o município, a quantidade de água liberada nos reservatórios é maior do que a anunciada. Ontem, o nível do rio estava um metro acima do nível normal.
A Sabesp diz que as represas estão retendo água de maneira controlada e que as comportas estão sendo abertas desde o mês de dezembro.

Capivari
Os moradores de Capivari, na região de Campinas, voltaram a enfrentar inundações ontem. Ao menos 13 bairros foram afetados. O rio que corta a cidade transbordou e cerca de 450 pessoas estão em abrigos.
A prefeitura diz que as cheias do rio Capivari são mais frequentes por receber água de outros córregos e rios da região.

Sem viagens
Maurício Kauffman, 41, teve que agir ontem como um estrategista para organizar os ônibus fretados que coordena.
Às 7h, o motorista do primeiro ônibus que saiu de Campinas ligou avisando que não conseguia entrar em São Paulo. Kauffman passou a avisar os passageiros. Alguns desistiram; outros seguiram viagem.
A coordenadora de telecomunicações Olívia Barbosa, 50, foi até Jundiaí quando decidiu voltar. "Desisti porque da outra vez cheguei com dores e nem consegui trabalhar."
Dona de uma tapeçaria no centro da capital, Camila Carvalho, 25, que mora em Arujá, diz que o trajeto que leva 40 minutos durou, pela manhã, quatro horas. Sua tapeçaria só começou a funcionar às 12h.
(LUIZA BANDEIRA, MATHEUS PICHONELLI, ANNA CAROLINA CARDOSO, RENATA BAPTISTA e MAURÍCIO SIMIONATO)


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