São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2000


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Advogado diz que prisão de PMs é injusta

da Agência Folha, em Brasília

"A Justiça está cometendo uma injustiça ao deixar meus clientes presos", afirmou Ronildo Lopes, advogado de defesa dos sete policiais militares acusados de torturar e matar o carroceiro José Roberto Correia, há seis meses, em Novo Gama.
"Eles são inocentes. Não existe prova contra nenhum deles, a não ser o testemunho do menino, que não viu nada", disse o advogado. "A acusação trouxe outras testemunhas, mas como alguém pode falar sobre algo que não viu?"
Os policiais presos não falam sobre o assunto. Entre eles está o capitão Laércio dos Santos, ex-comandante da 3ª Companhia Destacada, do 10º Batalhão da PM de Novo Gama.
Outros 14 policiais militares, de Águas Lindas, também estão presos. Eles são acusados de participar da morte do líder comunitário João Elízio Pessoa, há duas semanas.
Os nomes estão sendo mantidos sob sigilo pela polícia, exceto o do sargento Josué Alves da Silva, reconhecido por uma testemunha como um dos autores do assassinato de Pessoa.
O sargento nega a acusação. Em seu depoimento, afirmou que não estava no local do crime.
Pessoa, que era candidato à prefeitura de Águas Lindas pelo PFL, havia denunciado o sargento como autor de torturas, por abuso de autoridade e por assassinatos, em um dossiê entregue à Comissão de Direitos Humanos da Câmara e ao Ministério Público .
Familiares e amigos dos policiais presos também acreditam que esteja havendo suspeita infundada. "Com tantos criminosos soltos pela rua, eles vão prender justo os policiais que trabalham para o bem da comunidade sem ganhar quase nada em troca", disse Rita de Cássia Garcia, vizinha de um dos acusados.
Ela e pelo menos outras 20 pessoas protestavam em frente ao fórum de Novo Gama contra a prisão dos policiais, na última quinta-feira, quando estavam no local testemunhas de acusação.
"Estão dizendo que eles pegam dinheiro das pessoas, mas, se fazem isso, é para comprar combustível para a viatura, para ajudar os mais carentes, não é para se beneficiar", disse Adriana Ribeiro, sobrinha de um acusado. (KF)



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