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Para especialistas, simulador é só complemento às aulas
Avaliação é que aparelho também deve ser usado em curso para renovar CNH
Estímulo a comportamentos perigosos e alto custo são as principais críticas; método pode ajudar pessoas com medo e deficientes físicos
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
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Em carro adaptado, homem testa simulador de direção para manobras e trajetos noturnos
DA REPORTAGEM LOCAL
O uso de simuladores de direção tem a simpatia de boa
parte dos especialistas e das autoescolas. No entanto, com ressalvas: alguns avaliam que a iniciativa é válida só para uma formação adicional, e não para
substituir as aulas práticas; e há
estabelecimentos que também
temem os custos.
"O videogame ajuda na percepção do tempo de reação para não atropelar um pedestre,
mas não se pode simplificar a
formação. É interessante como
complemento", afirma Horácio
Augusto Figueira, mestre em
engenharia pela USP.
"As pessoas não têm ideia do
que significa a velocidade. Um
carro a 108 km/h percorre mais
de 30 metros até parar", diz Ailton Brasiliense, ex-presidente
do Denatran.
Para ele, a tendência é usar
simuladores até no treinamento de direção defensiva para renovar a CNH.
Para o engenheiro Manuel
Steidle, da equipe que prepara
a proposta encomendada pelo
Contran, alguns videogames
ajudam a desenvolver habilidades de direção, mas lembra
que podem incentivar comportamentos perigosos, como a alta velocidade.
"É preciso cuidado, porque
poucas autoescolas têm condições de investir", afirma Rodrigo Fabiano da Silva, do sindicato das autoescolas de Minas.
"Temos consciência da realidade brasileira. Não adianta sonhar com algo que ninguém pode adquirir", diz Carlos Alberto
Schneider, engenheiro que participa do projeto na UFSC.
Utilização
Marcelo Armaroli, chefe da
empresa que desenvolveu um
simulador sofisticado que vem
sendo testado no sul de Minas,
afirma que os aparelhos podem
ser úteis não só para formar novos motoristas, mas no treinamento de portadores de deficiência física e de pessoas que
têm medo ao volante.
A rede de autoescolas em
Pouso Alegre, no sul de Minas,
que começou a testar esse simulador mais sofisticado negocia no Detran-MG a homologação do aparelho para tentar inclusive autorização para substituir algumas aulas práticas.
Segundo Luiz Antônio Lopes, dono da rede, é viável produzir os equipamentos e locá-los por R$ 720 por mês. O custo
para os motoristas, segundo
ele, cairia de R$ 30 para R$ 20
por aula. "E tem a possibilidade
de fazer à noite, além de poluir
menos", defende.
(AI)
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