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ADMINISTRAÇÃO
Medidas poderão reduzir pela metade a quantidade de ambulantes que chegam a atuar em São Paulo
PT limita atuação e número de camelôs
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Decreto da prefeita Marta Suplicy (PT) impõe regras e limita a
atuação de camelôs na cidade, como proibir que eles trabalhem a
menos de 50 metros de lojas que
vendam os mesmos produtos e
em frente a agências bancárias.
O número de camelôs nas ruas
cairá pelo menos pela metade. Estimativa da própria prefeitura
aponta que a cidade chega a ter
cerca de 40 mil camelôs.
Pelo que Marta e o secretário
Arlindo Chinaglia (Implementação das Subprefeituras) anunciaram e será fixado também por
portarias, só poderão atuar nas
ruas os cerca de 22,5 mil camelôs
que se cadastraram até o ano passado. O excedente terá que esperar a criação de shoppings.
Em seu programa de governo,
Marta prometeu fazer um novo
levantamento e cadastramento
dos ambulantes, mas essa possibilidade foi descartada ontem.
O decreto de Marta regulamenta regras previstas em uma lei
aprovada na Câmara em 1991.
"Não acho essa lei (a de 91) uma
maravilha. Ela tem muitos pontos
que poderiam ser melhorados.
Mas como uma lei demora para
tramitar, nós resolvemos regulamentar a que já existia", disse.
Ela conta com a possibilidade
de conseguir aprovação na Câmara de uma nova lei para camelôs,
do vereador José Eduardo Cardozo (PT). Até lá, diz, não quer deixar "solta a questão".
Uma regulamentação da lei de
91 já havia sido feita, também por
decreto, em 93, pelo ex-prefeito
Paulo Maluf (93-96). A diferença é
que a regra vigorou apenas para a
região central.
Com a regra e o fracasso da fiscalização em outras gestões, os camelôs avançaram nas ruas.
Também foram alvo de cobrança de propina de funcionários públicos, segundo investigações feitas por vereadores, polícia e Ministério Público.
Com o novo decreto, os locais
em que os ambulantes poderão
atuar serão definidos em cada administração regional, por comissões integradas por vendedores,
comerciantes, representantes da
prefeitura e moradores.
A decisão final sobre os locais e
quantidade de camelôs será da
prefeitura. Haverá "sugestões" de
locais proibidos, como na Paulista. Todos os dados serão publicados no "Diário Oficial" do Município e poderão também ser fiscalizados por moradores e camelôs.
Além disso, o decreto impõe regras como impedimento de instalação de camelôs a menos de 20
metros de entradas e saídas de aeroportos, escolas, monumentos
públicos e bens tombados.
Também fica proibida a instalação de barracas em frente a residências, hospitais, farmácias e hotéis, por exemplo, e até camelô
trabalhando sem camisa.
A fiscalização será reforçada.
Além dos 350 fiscais da Secretaria
de Implementação das Subprefeituras, 200 funcionários estão sendo contratados emergencialmente para controlar camelôs.
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