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TRANSPORTE
Quem está legalizado poderá contratar motorista
Prefeitura cancela licitação para novos perueiros feita por Pitta
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo anulou ontem a licitação que regularizava 4.042 lotações na cidade, mas
vai dar autorização para quase 14
mil perueiros operar nos próximos seis meses.
A decisão foi anunciada pelo secretário dos Transportes, Carlos
Zarattini, baseada em um parecer
da Procuradoria Geral do Município. A concorrência começou a
ser feita no último ano da gestão
Celso Pitta (PTN) e era alvo de denúncias de irregularidades.
Após ser reunir com a prefeita
Marta Suplicy, Zarattini disse que
será publicada uma portaria no
"Diário Oficial" prorrogando por
180 dias a licença de quase 7.000
donos de lotações que participaram da licitação no ano passado.
A novidade a partir de agora é
que cada um deles poderá fornecer seu veículo para um perueiro
usar nas horas em que ele não estiver trabalhando. Ou seja: 14 mil
motoristas estarão habilitados para fazer esse serviço, mas a quantidade de veículos regulares se
manterá em 7.000.
Nesse período, a prefeitura vai
preparar um edital para fazer
uma nova concorrência.
A anulação da licitação desagradou não apenas perueiros, que
protestaram em frente ao Palácio
das Indústrias, como motoristas e
cobradores de ônibus, que haviam acertado uma trégua com a
administração petista para evitar
uma paralisação da categoria.
O presidente do Sindicato dos
Condutores, Edivaldo Santiago,
afirmou ontem que não confia
mais em Marta. "A prefeita está
fugindo do problema, mantendo
uma situação precária." Ele defendia a regularização imediata
dos 4.042 para facilitar a fiscalização contra os clandestinos.
Santiago disse que a trégua firmada com Marta para evitar protestos "foi por água abaixo".
Após divulgar a decisão, Zarattini bateu boca com líderes de perueiros que estavam na sede da
prefeitura. Os donos de lotações
organizaram um protesto com
cerca de 200 manifestantes. Eles
fecharam a avenida Mercúrio e
amarraram cordas no pescoço, simulando estarem "enforcados"
com as dívidas que contraíram.
Os perueiros Sérgio Pires, Luís
Carlos Pandora e Francisco de
Mola Neto acusaram Zarattini de
ter feito uma proposta ilegal para
a categoria em um encontro na
última segunda. "Ele prometeu
engavetar o parecer se a gente
aceitasse trabalhar para os empresários de ônibus", disse Pires.
O secretário dos Transportes
negou. "Eu não faria essa proposta porque o parecer é oficial. Não
temos neste governo a prática de
arrancar folha de processo."
Depois desse desentendimento,
o secretário e representantes dos
perueiros voltaram a negociar e
selaram uma trégua. Ficou acertado que aqueles donos de veículos
que disputaram a licitação canceladas terão seus documentos e peruas vistoriados em 30 dias.
Quem estiver em dia continuará
trabalhando até que se faça a nova
concorrência.
Colaborou o "Agora São Paulo"
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