São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2001

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LIXO NA CIDADE

Prefeita afirma que objetivo é "colocar fumaça em coisas graves" que estão acontecendo no Congresso

Marta recua e diz que não há motivo para CPI

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Menos de uma semana após ter dito que era favorável à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a contratação emergencial de empresas para serviços complementares de limpeza, a prefeita Marta Suplicy (PT) recuou e ontem disse que a proposta só tem como objetivo "colocar fumaça em coisas graves que estão acontecendo no Congresso Nacional".
Ela se referia às denúncias de irregularidades envolvendo o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Marta afirmou que está "irritada com esta confusão que estão fazendo" e, às vezes, "dá vontade de dizer para fazer e parar de amolar, só para ver que não tem nada". No entanto, disse, "não há nada que justifique a CPI".
Para ela, a instauração da comissão só é justificada "quando há denúncias graves, como as que existem no Congresso". A prefeita acredita que, caso a CPI do Lixo seja criada, "(os vereadores) vão ficar seis meses falando coisas que não têm nada a ver".
O secretário de Infra-Estrutura Urbana, Walter Rasmussen Júnior, contestou ontem informações dos vereadores Antonio Salim Curiati (PPB) e Milton Leite (PMDB) que, anteontem, afirmaram que a Construrban Engenharia e Construções e a Global Serge estariam inadimplentes com tributos municipal e federal.
Rasmussen foi à Câmara para falar sobre os contratos, em regime de urgência, realizados com 16 empreiteiras para serviços complementares de limpeza.
Curiati afirmara que a Construrban não recolheria ISS desde novembro do ano passado. Ontem, Rasmussen apresentou uma certidão negativa, emitida em 30 de outubro passado pela Secretaria Municipal de Finanças e com validade de seis meses, que atesta que a empreiteira não tem nenhum débito com o município.
Rasmussen também apresentou uma certidão negativa do INSS em nome da Global Serge, emitida em 4 de janeiro deste ano e com validade de dois meses.
Ele contestou, ainda, a informação de que não teria utilizado uma ata de preços existente na prefeitura e que dispensaria a contratação de emergência. Segundo ele, a ata de preços existente é para conservação de galerias, conserto de guias e outros serviços e não para recolhimento de entulho.
"As afirmações foram levianas", disse o secretário.


Colaborou JOÃO CARLOS SILVA


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