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INFÂNCIA
Experiências bem-sucedidas no atendimento a adolescentes em Roraima representarão país em reunião no Canadá
Programa evita "recaída" de ex-infrator
ANDRÉA DE LIMA
DA AGÊNCIA FOLHA
Duas experiências bem-sucedidas no atendimento a adolescentes infratores em Boa Vista (RR)
vão representar o Brasil em encontro no Canadá, em maio.
Os programas Justiça Dinâmica
e Cidadania Ativa foram vencedores do Prêmio Socioeducativo
2000 -nas categorias Juízes e Governos de Estado-, da ONU (Organizações das Nações Unidas).
O primeiro, de autoria do ex-juiz da Infância e Juventude desembargador Mauro Campello,
agiliza o julgamento dos processos de atos infracionais graves, como homicídio, estupro e tráfico.
Já o Cidadania Ativa promove o
acompanhamento dos egressos
da unidade de internação, em regime de liberdade assistida, e a
reintegração à comunidade, por
meio de reforço dos vínculos familiares e afetivos, educação, capacitação profissional e lazer.
"Esse programa ainda atende
por seis meses os adolescentes e
seus familiares que tiveram a extinção da medida socioeducativa
pela Justiça para evitar recaídas",
disse a assistente social que responde pelo Cidadania Ativa, Lúcia Guimarães dos Santos.
Dos 595 adolescentes julgados
pelo Justiça Dinâmica, apenas
cinco foram reincidentes.
De agosto de 1998 a maio passado, houve uma redução de 2.036
para 677 processos em tramitação
no Juizado da Infância e da Juventude de Boa Vista.
"O Justiça Dinâmica é ágil e funciona. Quanto mais demorado é o
julgamento do infrator, mais ele
acha que há impunidade. Quanto
mais rápida a aplicação da sanção, mais velozmente o infrator
aprende que existem consequências", afirmou a juíza Graciete
Sotto Mayor Ribeiro, que responde atualmente pela Vara da Infância e da Juventude e julga, em média, quatro processos por dia.
Para o desembargador Campello, o ECA (Estatuto da Criança e
do Adolescente), criado há quase
11 anos, tem de ser aplicado. "É
uma lei muito menos burocrática
que o Código de Processo Penal."
Campello ressaltou que, por
mais que um juiz em São Paulo
consiga julgar o processo de um
adolescente infrator em 24 horas,
não há resultado na aplicação da
medida socioeducativa em unidade da Febem, com superlotação e
sem projetos de inclusão social.
O antropólogo José Guia Marques disse que a maioria dos adolescentes infratores são ou foram
integrantes de galeras. Esses grupos são formados por adolescentes e pré-adolescentes. "As galeras
são rivais e, pelo confronto, têm se
aperfeiçoado na criminalidade."
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