DA AGÊNCIA FOLHA

Sem ter registrado nenhuma rebelião desde sua inauguração, em 1996, o Centro Socioeducativo (CSE) Homero de Souza Cruz Filho, em Boa Vista (RR), é a instituição responsável pela recuperação, em regime fechado e semi-aberto, dos adolescentes que cometeram atos infracionais graves.
O CSE recebeu o prêmio Socioeducando em 1998 por executar, de acordo com as convenções internacionais assinadas pelo Brasil e com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), as medidas de privação e restrição de liberdade.
Construído em uma área de 2.900 m2 com muros baixos e áreas verdes no bairro Asa Branca (periferia de Boa Vista), o centro tem capacidade para 88 internos, de 12 a 21 anos, e mantém hoje 22 adolescentes -entre eles uma menina.
"Nunca registramos o número máximo de internos. Chegamos a ter cinco meninas. Os adolescentes são distribuídos em quatro unidades", disse a diretora do CSE, Maria Silva de Castro. Para ela, a superlotação impede um bom trabalho.
"Não poderíamos dar o mesmo tratamento dispensado pela Febem aos internos. Assim, construímos o CSE a partir de uma proposta integrada, com investimentos em educação, capacitação profissional, lazer e esportes, que respeitasse o adolescente", afirmou o desembargador Mauro Campello.
Depois de cumprir a medida judicial em regime fechado e semi-aberto, o adolescente que deixa o centro vai ser acompanhado em regime de liberdade assistida.
Quem cometeu pequenos furtos deve, segundo o desembargador, ingressar no programa Prestação de Serviço à Comunidade.
"Por meio do trabalho comunitário, você resgata a auto-estima e mostra que ele é importante, que pode se reintegrar à sociedade por meio de uma campanha de vacinação em um posto de saúde ou fazendo trabalho voluntário em uma escola", declarou Campello. (ADL)


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