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Adolescente voltou a estudar
DA AGÊNCIA FOLHA
Três adolescentes infratores de
Roraima relatam suas passagens
pelo Centro Socieducativo (CSE),
em Boa Vista.
C.B.C., 19, ingressou na instituição há um ano e meio, em regime
fechado. "Cometi um homicídio
em 1999, aos 17 anos. Morava com
meu irmão e cunhada. Não estudava. Consumia droga (maconha,
cola de sapateiro, merla e cocaína)
e andava em galera desde os 13."
Ele conta que não recebe visita
da família nem tem namorada.
Voltou a estudar e gosta de jogar
bola e ir à igreja.
Sem estudar, consumindo cola
de sapateiro, maconha e bebendo
xanxelé (um tipo de pinga),
F.M.P., 18, também cometeu um
ato infracional grave (homicídio)
e foi encaminhado ao CSE há 15
meses em regime fechado.
Há três meses, a Justiça determinou que ele passasse ao regime semi-aberto. Tem autorização para
sair sozinho do centro das 6h às
18h. Se não retornar, sofre sanções judiciais.
Nessa condição, continua os estudos e pode frequentar cursos
profissionalizantes. Já fez vários:
office boy, informática, atendimento ao público, carpinteiro e
bombeiro hidráulico.
F.M.P., como os demais garotos
do CSE, adora ouvir música de
discoteca e Backstreet Boys. "Estou arrependido e quero voltar
para casa, no bairro Vista Alegre,
para junto dos meus pais e meus
sete irmãos."
Em regime de liberdade assistida há dois meses, M.G.S., 18, também integrava galeras "de vez em
quando" e consumia merla (pasta
de cocaína). Fez tratamento para
dependência química e, há um
ano e meio, não usa drogas. Voltou a morar com a família em janeiro, no bairro Buriti, depois de
cumprir medida em regime fechado e semi-aberto.
"Também cometi um homicídio. Matei um cara com uma faca
para me defender. A gente se descontrola, fica com raiva. Aconteceu", disse M.G.S. Numa das fugas do centro, há um ano, matou
outra pessoa.
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