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ENSINO FUNDAMENTAL
Brasil precisará criar 4,6 milhões de novas vagas até 2007
Estudo prevê "gargalo" na 5ª série
LISANDRA PARAGUASSÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil deverá precisar abrir
4,6 milhões de novas vagas entre a
5ª e a 8ª série até 2007. No mesmo
período, a estimativa é que 1,9 milhão de alunos a menos esteja na
escola entre a 1ª e a 4ª série.
As informações estão no estudo
Dados Demográficos e Estimativas de Demandas Educacionais,
do pesquisador José Marcos Pinto
da Cunha, do Núcleo de Estudos
de População da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas),
apresentado ontem em Brasília.
A pesquisa analisou o aumento
populacional estimado para o
país e juntou a isso os dados de
aprovação nas escolas, além dos
números de defasagem de idade
da criança em relação à série que
ela deveria estar cursando.
As projeções feitas pelo pesquisador mostram que a maior parte
do aumento de estudantes deverá
se concentrar na segunda etapa
do ensino fundamental (da 5ª à 8ª
série). Um crescimento de 32%
em relação à demanda em 1999.
Da 1ª à 4ª série, a necessidade de
vagas cai 13%.
A demanda da 1ª à 4ª série é de
17,8 milhões de alunos, de acordo
com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1999. Para 5ª a 8ª, o número é de 14,3 milhões. "As políticas
que ajudam a diminuir a repetência nas escolas fazem com que o
aluno saia dos primeiros anos",
explica Cunha. "Mas vão aparecer
problemas mais adiante."
O principal problema que pode
ser identificado na pesquisa é
uma grande concentração, nos
próximos anos, de estudantes na
5ª série. Enquanto na 1ª a necessidade de vagas deve subir, entre
2000 e 2007, apenas 1%, na 5ª esse
índice chega a 12%. Isso porque a
redução dos índices de repetência
fará com que, além dos estudantes que normalmente chegariam a
essa série, outros, que passaram
alguns anos "presos" entre a 1ª e
4ª, também cheguem lá.
Mas o estudo demonstra, também, que a 5ª série continua sendo um dos principais gargalos do
sistema de ensino. "Podemos verificar que existe um represamento nessa série", explica. As taxas
de aprovação caíram nos últimos
anos. Em 1992, cerca de 60% dos
alunos passavam de ano. Em
1999, a taxa foi de 56%.
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