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Carnês da taxa do lixo são enviados
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeitura já começou a enviar aos contribuintes os carnês
da taxa do lixo, mas não definiu
ainda, de forma precisa, como será feita a fiscalização do tributo.
A administração municipal informou apenas que a fiscalização
da taxa -autodeclaratória- será feita por amostragem. Mas não
especificou como isso efetivamente acontecerá, nem como os
agentes vistores -são apenas 88
para toda cidade- fiscalizarão os
lixos das residências e como será
feito um acompanhamento da geração desses resíduos que possibilite à prefeitura contestar a produção declarada pelos contribuintes.
Nessa primeira etapa, o carnê
vem com o valor médio do distrito. Os contribuintes deverão
apontar quanto pagarão e em que
faixa de produção de resíduos se
encontram.
Advogados tributaristas ouvidos pela Folha dizem que a fiscalização do novo imposto é impossível de ser realizada.
"Com o Imposto de Renda, o
fisco tem como cruzar os dados.
No caso da taxa do lixo, isso não é
possível. Como o fiscal fará? Vai
andar com uma balança para pesar o lixo? Vai entrar na casa das
pessoas para ver o quanto elas
produzem? A conclusão é que, se
essa fiscalização for posta em prática, ela será malfeita", afirmou o
advogado Raul Haidar.
"A fiscalização será inviável. Como a prefeitura vai comprovar
que uma pessoa produziu mais
ou menos do que declarou? Pior,
como o contribuinte irá contestar
a prefeitura caso ela diga que ele
produz X e não Y?", questiona o
tributarista Ives Gandra.
A prefeitura afirma que, caso o
contribuinte queria posteriormente mudar de faixa de contribuição, ele deverá abrir um processo administrativo na subprefeitura. Pretende-se arrecadar R$
217 milhões neste primeiro ano.
Todos os recursos, segundo o governo municipal, irão para o chamado Fundo Municipal de Limpeza Urbana e serão gastos com
serviços de coleta e tratamento e
destinação final do lixo, incluindo
a construção de aterros sanitários.
A taxa é justificada como uma
forma de evitar um "apagão" no
setor, pois os aterros da cidade terão sua capacidade esgotada a
partir de 2007. O dinheiro também será utilizado na implementação de centrais de coleta seletiva
e nas usinas de compostagem.
A taxa do lixo existe também em
outras cidades brasileiras. Em
Santo André, por exemplo, o tributo é cobrado com base na metragem das residências.
Segundo a prefeitura, 86,3% dos
contribuintes residenciais estão
nas duas primeiras faixas das chamadas Unidades Geradoras de
Resíduos. Isso significa que vão
pagar entre R$ 6,14 (produção de
até 10 litros por dia) e R$ 12,27 (de
10 a 20 litros por dia).
No caso de imóveis não-residenciais, a taxa mínima é de R$
18,41 (até 30 litros por dia).
As favelas e os imóveis com valor venal inferior a R$ 25 mil estão
isentos da taxa do lixo.
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