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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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Prédio que invadiu área pública em SP é liberado

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a área privada que tem um empreendimento de R$ 70 milhões em construção, uma solução rápida: liberação da obra, após ela ter sido embargada por ter invadido uma área pública, onde foi construída uma garagem subterrânea de 4.300 mē.
Para a área pública que fica em frente ao empreendimento e que foi invadida e escavada irregularmente, a espera. Esse é o desfecho que a Prefeitura de São Paulo deu ao caso que envolve um edifício da Munir Abud Empreendimentos Imobiliários em construção na rua Funchal, na Vila Olímpia (zona sul de SP).
A obra havia sido embargada pela administração no mês passado após a Folha revelar a existência da garagem irregular. O caso foi denunciado pela ex-mulher de um diretor da Munir Abud.
A liberação do empreendimento ocorreu na última terça-feira, após a empresa conseguir a aprovação de um novo projeto do edifício. No projeto, apresentado à prefeitura após ser descoberto que paredes falsas escondiam a garagem irregular, são corrigidas as imperfeições da obra dentro da área particular.
De acordo com a Secretaria da Habitação, com as correções, o empreendimento ficará tecnicamente regular, por isso a aprovação do projeto e o consequente desembargo da obra -um prédio comercial de 38 andares com entrega prevista para novembro do ano que vem.
Segundo o advogado Marcelo Terra, da Munir Abud, a empresa propôs também demolir e aterrar a garagem subterrânea, mas a opção de adiar a decisão sobre a área pública foi da prefeitura. "Foi a prefeitura que optou."
De acordo com a prefeitura, a área terá de ser isolada. "Vamos fiscalizar", diz Bia Pardi, subprefeita de Pinheiros, responsável pela fiscalização no bairro da obra.
Segundo Pardi, na próxima semana, ela pretende discutir com técnicos da subprefeitura uma solução para a área invadida e sugeri-la aos órgãos da administração que tratarão do problema.
O fato de a obra da Munir ter sido liberada, porém, surpreendeu o vereador Paulo Frange (PTB), que presidiu na Câmara a CPI da Operação Urbana Faria Lima, que mandou a prefeitura fiscalizar a obra. "O público e o privado precisariam ter o mesmo tratamento", diz ele sobre a indefinição do destino da obra em área pública.


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