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Texto inicial só
alvejava esporte
da Reportagem Local
A Lei Pelé foi concebida para alterar a estrutura do esporte no
Brasil.
Os pontos centrais que Pelé quis
atacar foram: o passe do jogador
de futebol, o amadorismo atual
dos dirigentes, a situação financeira dos clubes, o amadorismo de
fachada dos demais esportes e,
principalmente, embora de forma
não explícita, a permanência de
Ricardo Teixeira na presidência da
CBF (Confederação Brasileira de
Futebol).
Com a transformação dos clubes
em empresas, na visão do ministro, os dirigentes amadores cederão espaços a administradores, e
os investidores serão atraídos como sócios dos clubes-empresa.
Pelé espera que o afastamento
desses dirigentes mine a base de
apoio a Teixeira, seu inimigo desde 1993, e possibilite o que ele chama de uma administração "transparente" do futebol.
A questão do passe -elo extracontratual entre o jogador e o clube- foi tratada com um artigo
que prevê o seu final dentro de três
anos.
Mas os clubes mantiveram algumas garantias, como o direito de
fazer o primeiro contrato com o
jogador e o direito de preferência
na primeira renovação.
Essa fórmula ficou longe da extinção completa do passe que Pelé
prometia ao assumir o ministério
em 1995. Naquela época, chamava
o passe de "tipo moderno de escravidão".
Mas, na questão dos outros esportes, Pelé cedeu. No dia da votação do seu projeto na Câmara dos
Deputados, ele aceitou que fosse
incluído um parágrafo permitindo
aos clubes continuar a tratar como
amadores jogadores de vôlei e basquete que ganhem até R$ 35 mil
por mês.
(MD)
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