São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

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Texto inicial só alvejava esporte

da Reportagem Local

A Lei Pelé foi concebida para alterar a estrutura do esporte no Brasil.
Os pontos centrais que Pelé quis atacar foram: o passe do jogador de futebol, o amadorismo atual dos dirigentes, a situação financeira dos clubes, o amadorismo de fachada dos demais esportes e, principalmente, embora de forma não explícita, a permanência de Ricardo Teixeira na presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Com a transformação dos clubes em empresas, na visão do ministro, os dirigentes amadores cederão espaços a administradores, e os investidores serão atraídos como sócios dos clubes-empresa.
Pelé espera que o afastamento desses dirigentes mine a base de apoio a Teixeira, seu inimigo desde 1993, e possibilite o que ele chama de uma administração "transparente" do futebol.
A questão do passe -elo extracontratual entre o jogador e o clube- foi tratada com um artigo que prevê o seu final dentro de três anos.
Mas os clubes mantiveram algumas garantias, como o direito de fazer o primeiro contrato com o jogador e o direito de preferência na primeira renovação.
Essa fórmula ficou longe da extinção completa do passe que Pelé prometia ao assumir o ministério em 1995. Naquela época, chamava o passe de "tipo moderno de escravidão".
Mas, na questão dos outros esportes, Pelé cedeu. No dia da votação do seu projeto na Câmara dos Deputados, ele aceitou que fosse incluído um parágrafo permitindo aos clubes continuar a tratar como amadores jogadores de vôlei e basquete que ganhem até R$ 35 mil por mês. (MD)



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