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Moradora não vai voltar ao prédio
FELIPE WERNECK
da Sucursal do Rio
Carla Bastos, 32, pagou US$ 150
mil por sua cobertura no Palace 1.
Com a interdição do prédio, a família foi para um hotel e ela disse
que não voltará para o apartamento depois das obras de recuperação. "Eu fico feliz se conseguir alugar para alguém que pague pelo
menos o condomínio."
Carla é angiologista e toda a renda de sua família vem das consultas e cirurgias que faz diariamente.
Seu marido, Marcelo, é anestesista, e os dois trabalham juntos.
Ela só pôde voltar a trabalhar na
semana passada, pois não tinha
condições para realizar as operações. "Fiquei três semanas sem ter
firmeza nas mãos", disse. Durante
esse tempo, seu consultório permaneceu fechado.
"Quando você tem um emprego
fixo, pode pedir licença. No meu
caso, se não trabalho, não recebo.
Fiquei sem casa e sem dinheiro."
Carla tem dois filhos. A família
está dormindo em um hotel na
Barra (zona sul do Rio), pago pela
Prefeitura. A construtora Sersan
não se manifestou quanto ao pagamento de hospedagem aos moradores do Palace 1.
A previsão dos engenheiros que
fazem a recuperação estrutural
desse edifício é que em maio os
moradores já possam estar voltando para os apartamentos.
"Mesmo que se torne o edifício
mais seguro da cidade, não volto
nunca mais para lá. No lugar do
amor que eu tinha por tudo aquilo
que construí, agora tenho um
trauma", afirma.
(FW)
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