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SAÚDE
Saiba como
escolher seu
terapeuta
JAIRO BOUER
especial para a Folha
Como escolher um bom psicoterapeuta? Essa é uma das principais
dúvidas enfrentadas pelas pessoas
que decidem passar por uma terapia em alguma fase da sua vida. A
Folha ouviu, na última semana, a
opinião de vários especialistas da
área sobre esse assunto.
Para o psiquiatra e psicoterapeuta Alexandre Saadeh, do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, um dos critérios
mais confiáveis ainda é o da indicação -um amigo que passou
que teve uma boa experiência ou
alguém que conheça bem pessoas
que trabalham na área podem ser
boas fontes de indicação.
Segundo Saadeh, que também é
professor de psicopatologia das faculdades de psicologia da Unip e
da PUC-SP, a empatia, que surge
entre terapeuta e paciente, logo
nas primeiras entrevistas, é mais
importante do que um nome consagrado ou um consultório lotado.
A linha teórica com que o terapeuta trabalha também não é fator
relevante para a escolha. Também
não é fundamental o fato de o terapeuta ser psicólogo ou psiquiatra,
homem ou mulher, jovem ou velho. Segundo ele, importante mesmo é que o terapeuta seja uma pessoa capaz de ouvir e "captar" o
indivíduo que está a sua frente e
que ele possibilite um contato que
produza mudanças na vida do seu
paciente. "É uma relação que escapa da contaminação afetiva representada por um amigo próximo ou uma pessoa da família."
Saadeh dá algumas dicas: "Desconfie de quem vem com discurso
pronto, com jargões e lugares comuns ou, de quem adota o modelo
"superlegal", que convida para tomar chope e promete "resolver" a
vida do paciente." Afinal, quem
tem de resolver a vida e trabalhar
suas angústias é a própria pessoa.
O terapeuta é apenas um "catalisador" do processo. Ele recomenda cuidado com profissionais que
misturam psicoterapia com outros recursos (leia texto abaixo).
Para a psicóloga Helena Lima,
psicoterapeuta e professora das faculdades de psicologia e de educação da PUC, os principais motivos
que levam uma pessoa a procurar
uma psicoterapia são diminuir algum sofrimento ou aumentar o
auto-conhecimento.
Helena diz que, em São Paulo,
hoje, as pessoas têm se pautado
por algumas questões práticas na
escolha do terapeuta: proximidade do trabalho ou do local de moradia e adequação do bolso ao valor da sessão. Apesar dessa tendência, Helena acredita que o fator principal de escolha deve ser a
empatia que se estabelece entre o
terapeuta e quem busca ajuda.
"Uma escolha não é uma condenação. É um processo voluntário e ativo. A pessoa tem que saber
que pode romper, a qualquer momento, se o trabalho não estiver
caminhando da forma esperada."
Ela diz que uma dica importante é
não perder de vista o motivo que o
levou a procurar a terapia e como
anda aquele tema no processo.
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