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AMBIENTE
Municípios enfrentam invasões em áreas de preservação, falta de tratamento de esgoto e inexistência de Plano Diretor
Prefeitos dizem que seguirão zoneamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo não estando 100% satisfeitos com os termos das minutas
dos decretos que estabelecem o
zoneamento em cada setor do litoral paulista, os prefeitos das cidades afetadas dizem que vão trabalhar para colocá-lo em prática.
Isso significa, em primeiro lugar, aprovar um Plano Diretor
municipal que siga as determinações do zoneamento.
É preciso ainda fiscalizar a aplicação da lei e, principalmente, desenvolver políticas sociais que impeçam novas invasões e ofereçam
alternativas para as famílias que já
ocupam áreas irregularmente.
"Para o Vale do Ribeira, [o zoneamento" é fundamental porque
define o uso do solo e norteia as
ações da região. Agora a maioria
das cidades vai precisar criar e
aprovar seus Planos Diretores",
afirma Ney Akemaru Ikeda, secretário-executivo do Comitê da
Bacia Hidrográfica do Ribeira de
Iguape e Litoral Sul.
O Comitê reúne todos os prefeitos do Vale e do litoral sul. Ikeda
avalia o Plano de Gerenciamento
Costeiro como "altamente positivo", apesar de reconhecer que ele
"não ficou do jeito que todos queriam", especialmente quando restringiu áreas para a agricultura,
principal atividade da região.
"O plano vai obrigar os prefeitos
a levar um pouco o foco dos investimentos para o ecoturismo."
O Vale do Ribeira é a região mais
pobre de São Paulo.
Ubatuba, no litoral norte, também enfrenta problemas pela falta
de um Plano Diretor. "Ele existe,
mas não está regulamentado e terá de ser reformulado para se adequar ao zoneamento", afirma o
prefeito Paulo Ramos (PFL).
Segundo ele, além das invasões,
a maior preocupação da cidade
hoje é a questão do saneamento.
"Temos cobrado mais atenção
da Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo" e procurado conscientizar
os empreiteiros a fazer empreendimentos de qualidade", afirma.
A vocação da cidade, na visão de
Ramos, é o ecoturismo. Ele afirma
acreditar que o Plano de Gerenciamento Costeiro é mais flexível
com esse tipo de atividade.
Baixada
"Pouca gente investe hoje se a
cidade não tem um gerenciamento costeiro adequado porque o
empresário não sabe em que atividade e em que locais pode aplicar o seu dinheiro", diz o prefeito
de Santos, Beto Mansur (PPB).
Segundo ele, a cidade -a maior
e mais urbanizada do litoral-
enfrenta principalmente a ocupação desordenada de manguezais.
"Estou comprando barcos para
fazer a fiscalização nas áreas ribeirinhas e aparelhando a Guarda
Municipal e a Defesa Civil para fazer trabalho de busca de construções clandestinas", diz Mansur.
O Plano Diretor de Santos foi
criado em 99, quando começaram as discussões do zoneamento
na cidade e, segundo o prefeito,
está de acordo com o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro.
A situação é parecida em São
Vicente. Embora o Plano Diretor,
de 99, esteja em conformidade
com o zoneamento, a prefeitura
reconhece a existência de 27 núcleos de ocupação irregular na cidade, entre favelas e loteamentos.
Segundo Marco Antonio Villela, diretor de obras do município,
desde 97 existe um grupo de controle de invasões atuando na cidade, e a saída está sendo a reurbanização e a regularização fundiária
das áreas invadidas.
(MARIANA VIVEIROS)
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