São Paulo, domingo, 22 de abril de 2001

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Morro do Barbosa foi alvo de polêmica

DA REPORTAGEM LOCAL

É o lugar onde o padre Anchieta teria morado e onde está a bica (nascente de água) na qual ele teria batizado os índios. Diz o costume popular que quem bebe da bica não sai mais de São Vicente.
O morro do Barbosa, bem no centro da primeira vila brasileira, na Baixada Santista, é também uma importante reserva de mata atlântica nativa.
Por outro lado, abriga grandes casas, construídas há mais de 50 anos, quando a legislação ambiental ainda não existia.
Os elementos são perfeitos para uma grande polêmica. Na discussão das áreas do zoneamento na Baixada, o morro do Barbosa virou um dos muitos pontos de conflito.
Ambientalistas, preocupados com os patrimônios ambiental e cultural, queriam que o morro fosse Z1 (onde não é permitido nenhum tipo de ocupação, apenas ecoturismo e pesquisa).
Uma das justificativas era a presença de espécies vegetais endêmicas (que só existem naquela região) na área.
A maioria, entretanto, achava absurda a restrição, uma vez que o morro está no meio de uma área densamente ocupada e urbanizada e ocupada -uma Z5- e abriga ele próprio habitações consolidadas.
"Classificar tudo como Z1 iria contra o conceito do zoneamento", diz José Antonio Nunes, coordenador do projeto. Mas não foi fácil convencer as entidades ambientais.
Várias visitas foram feitas ao local, e a solução encontrada foi dividir o morro em zonas diversas. O topo, onde está uma grande bandeira do Brasil, acabou como área de proteção (Z1), enquanto o resto teve menor restrição para novas ocupações (Z3 e Z4). (MV)





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