São Paulo, domingo, 22 de abril de 2001

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Novo morador tenta melhorar qualidade de vida

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BERTIOGA

Margareth Doty Campoi, 45, e Alexandre Pacífico, 22, não se conhecem, pertencem a estratos sociais diferentes, têm trajetórias e aspirações distintas, mas mudaram para Bertioga apostando numa vida melhor que em suas cidades de origem.
Há seis anos, ela deixou Osvaldo Cruz (662 km a noroeste de São Paulo) com o então marido e os quatro filhos e fixou residência na Riviera de São Lourenço, um condomínio de alto padrão entre a praia de mesmo nome e a rodovia Rio-Santos. "Tomamos a decisão com a perspectiva de ter melhor qualidade de vida", afirmou Margareth.
Pacífico chegou há seis meses, atrás de emprego e fugindo da violência da periferia de São Paulo. Cobrador de lotação na linha Conjunto Alamanda-Arthur Alvim, na região de Itaquera (zona leste da capital), ele já foi sequestrado por homens armados no veículo em que trabalhava.
"Na lotação, vivia o dia-a-dia da violência. Muitos colegas de trabalho morreram em assaltos", disse o ex-cobrador.
Para ambos, a mudança significou reestruturar a vida. Norte-americana, no Brasil há 27 anos, Margareth Campoi passou a dar aulas de inglês e montou uma loja de sapatos no shopping da Riviera.
No início, segundo ela, o ex-marido, médico conceituado em Osvaldo Cruz, foi obrigado a trabalhar como plantonista em hospitais da Baixada Santista. "A carga de trabalho não diminuiu, mas a qualidade do tempo livre dele melhorou muito. As horas de folga passaram a ser de sossego, praia e pescaria. No interior, onde todo mundo se conhece, o telefone tocava o tempo inteiro."
Alexandre Pacífico decidiu seguir o exemplo do irmão -em Bertioga há cinco anos-, com quem passou a morar. Uma semana depois de chegar, conseguiu se empregar como vigilante noturno em um condomínio de luxo na praia de Boracéia.
O ex-cobrador já fez dois cursos de qualificação para o que pretende transformar em sua nova carreira -básico de segurança e de segurança no transporte de valores.
"Hoje, sinto-me mais cidadão. No lotação, convivia com a violência e não tinha benefício nenhum. Aqui, ando de ônibus sossegado e tenho registro em carteira", declarou.
Bertioga ocupa uma área de 419 km2 na região do litoral norte do Estado de São Paulo.
Existe um hospital com 32 leitos para atender sua população de 30.903 pessoas.
Segundo dados preliminares do Censo 2000, desse total de habitantes, 16.003 (52%) são homens, e 14.900 (48%), mulheres. Cada domicílio tem, em média, 3,48 pessoas residentes permanentes.
A escolaridade de cada habitante, em média, equivale a 4,7 anos de estudo. De acordo com o IBGE, existem nove estabelecimentos de ensino pré-escolar, 16 escolas de ensino fundamental e quatro colégios de ensino médio. (FS)


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