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Novo morador
tenta melhorar
qualidade de vida
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BERTIOGA
Margareth Doty Campoi, 45,
e Alexandre Pacífico, 22, não se
conhecem, pertencem a estratos sociais diferentes, têm trajetórias e aspirações distintas,
mas mudaram para Bertioga
apostando numa vida melhor
que em suas cidades de origem.
Há seis anos, ela deixou Osvaldo Cruz (662 km a noroeste
de São Paulo) com o então marido e os quatro filhos e fixou
residência na Riviera de São
Lourenço, um condomínio de
alto padrão entre a praia de
mesmo nome e a rodovia Rio-Santos. "Tomamos a decisão
com a perspectiva de ter melhor qualidade de vida", afirmou Margareth.
Pacífico chegou há seis meses, atrás de emprego e fugindo
da violência da periferia de São
Paulo. Cobrador de lotação na
linha Conjunto Alamanda-Arthur Alvim, na região de Itaquera (zona leste da capital),
ele já foi sequestrado por homens armados no veículo em
que trabalhava.
"Na lotação, vivia o dia-a-dia
da violência. Muitos colegas de
trabalho morreram em assaltos", disse o ex-cobrador.
Para ambos, a mudança significou reestruturar a vida.
Norte-americana, no Brasil há
27 anos, Margareth Campoi
passou a dar aulas de inglês e
montou uma loja de sapatos no
shopping da Riviera.
No início, segundo ela, o ex-marido, médico conceituado
em Osvaldo Cruz, foi obrigado
a trabalhar como plantonista
em hospitais da Baixada Santista. "A carga de trabalho não
diminuiu, mas a qualidade do
tempo livre dele melhorou
muito. As horas de folga passaram a ser de sossego, praia e
pescaria. No interior, onde todo mundo se conhece, o telefone tocava o tempo inteiro."
Alexandre Pacífico decidiu
seguir o exemplo do irmão
-em Bertioga há cinco
anos-, com quem passou a
morar. Uma semana depois de
chegar, conseguiu se empregar
como vigilante noturno em um
condomínio de luxo na praia
de Boracéia.
O ex-cobrador já fez dois cursos de qualificação para o que
pretende transformar em sua
nova carreira -básico de segurança e de segurança no
transporte de valores.
"Hoje, sinto-me mais cidadão. No lotação, convivia com
a violência e não tinha benefício nenhum. Aqui, ando de
ônibus sossegado e tenho registro em carteira", declarou.
Bertioga ocupa uma área de
419 km2 na região do litoral
norte do Estado de São Paulo.
Existe um hospital com 32
leitos para atender sua população de 30.903 pessoas.
Segundo dados preliminares
do Censo 2000, desse total de
habitantes, 16.003 (52%) são
homens, e 14.900 (48%), mulheres. Cada domicílio tem, em
média, 3,48 pessoas residentes
permanentes.
A escolaridade de cada habitante, em média, equivale a 4,7
anos de estudo. De acordo com
o IBGE, existem nove estabelecimentos de ensino pré-escolar, 16 escolas de ensino fundamental e quatro colégios de ensino médio.
(FS)
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