São Paulo, domingo, 22 de abril de 2001

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Manutenção de instituição foi problema

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A manutenção da Casa de Carolina, primeira instituição a ser atendida pelo projeto Casa da Criança, em 1999, foi um dos maiores problemas enfrentados pelos idealizadores da obra.
Menos de um ano depois de reinaugurada, a instituição apresentou danos, como infiltrações, além de paredes descascadas, móveis quebrados e mato crescendo nos jardins.
"Não tínhamos idéia do que poderia acontecer depois da reforma, porque nunca havia sido feito nada parecido antes", disse a arquiteta Patrícia Chalaça.
Apesar de o contrato assinado entre o governo do Estado, que mantém o imóvel, e a arquiteta prever a manutenção, a verba destinada até então era insuficiente para as novas exigências.
O problema foi contornado após reunião entre as partes, mas serviu de alerta para a segunda experiência feita por Patrícia, na Casa do Candango, em Brasília.
"O principal ajuste não foi com o projeto em si, mas de posicionamento do poder público. Hoje, isso é uma barreira vencida", afirmou Patrícia.
Pequenos detalhes, no entanto, não foram esquecidos. Na reforma da casa de Brasília, que abriga 300 crianças e é mantida pela Arquidiocese local, puxadores de móveis foram banidos por quebrar com facilidade. Vidros também não foram utilizados.
Segundo a arquiteta, empresas patrocinadoras se comprometeram ainda a oferecer materiais de manutenção em troca, por exemplo, da permanência de seu logotipo nos muros da creche por um período acima do estabelecido anteriormente, de um ano.
Outro problema que também não era esperado, segundo Patrícia, foi o "preconceito" em comentários sobre a qualidade dos materiais empregados em relação à sua finalidade.
"Para muitos foi um choque ver tanto luxo para crianças pobres", disse. "Isso acontece porque o brasileiro se acostumou a pensar que tudo que é público tem de ser ruim." (FG)


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