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Manutenção de instituição foi problema
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A manutenção da Casa de Carolina, primeira instituição a ser
atendida pelo projeto Casa da
Criança, em 1999, foi um dos
maiores problemas enfrentados
pelos idealizadores da obra.
Menos de um ano depois de reinaugurada, a instituição apresentou danos, como infiltrações,
além de paredes descascadas, móveis quebrados e mato crescendo
nos jardins.
"Não tínhamos idéia do que poderia acontecer depois da reforma, porque nunca havia sido feito
nada parecido antes", disse a arquiteta Patrícia Chalaça.
Apesar de o contrato assinado
entre o governo do Estado, que
mantém o imóvel, e a arquiteta
prever a manutenção, a verba destinada até então era insuficiente
para as novas exigências.
O problema foi contornado
após reunião entre as partes, mas
serviu de alerta para a segunda experiência feita por Patrícia, na Casa do Candango, em Brasília.
"O principal ajuste não foi com
o projeto em si, mas de posicionamento do poder público. Hoje, isso é uma barreira vencida", afirmou Patrícia.
Pequenos detalhes, no entanto,
não foram esquecidos. Na reforma da casa de Brasília, que abriga
300 crianças e é mantida pela Arquidiocese local, puxadores de
móveis foram banidos por quebrar com facilidade. Vidros também não foram utilizados.
Segundo a arquiteta, empresas
patrocinadoras se comprometeram ainda a oferecer materiais de
manutenção em troca, por exemplo, da permanência de seu logotipo nos muros da creche por um
período acima do estabelecido
anteriormente, de um ano.
Outro problema que também
não era esperado, segundo Patrícia, foi o "preconceito" em comentários sobre a qualidade dos
materiais empregados em relação
à sua finalidade.
"Para muitos foi um choque ver
tanto luxo para crianças pobres",
disse. "Isso acontece porque o
brasileiro se acostumou a pensar
que tudo que é público tem de ser
ruim."
(FG)
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