São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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Arcebispo alerta para "novo Carandiru"

DO ENVIADO A INDAIATUBA (SP)

O arcebispo de Porto Velho, dom Moacyr Grechi, disse ontem que a Comissão de Justiça e Paz da sua diocese comunicou oficialmente ao Ministério Público Estadual que poderia acontecer um "novo Carandiru" no presídio Urso Branco, em Rondônia. De acordo com ele, o comunicado foi feito uma semana antes do início da rebelião, na sexta-feira, e também foi publicado no jornal "Diário da Amazônia".
A declaração foi dada ontem, primeiro dia da 42ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e fez referência ao episódio em que a Polícia Militar invadiu o Carandiru, em São Paulo, e 111 presos foram mortos, em 1992.
O arcebispo disse que, entre os principais problemas do Urso Branco, estão a superlotação e a mistura de condenados por delitos graves e mais leves, como o não-pagamento de pensão alimentícia para a ex-mulher. Segundo a Secretaria da Segurança, há cerca de 1.300 pessoas cumprindo pena no local, que tem capacidade para 350 presos.
Ele afirmou que os seus comentários sobre o presídio Urso Branco se baseiam em informações recebidas pelo padre Paulo Thadeu, que é coordenador da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho e tem contato com alguns detentos.
O arcebispo de Porto Velho afirmou também que as queixas dos presos de que seus familiares recebem tratamento "ruim" durante as visitas têm "algum fundamento". (GUILHERME BAHIA)


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