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Arcebispo alerta para "novo Carandiru"
DO ENVIADO A INDAIATUBA (SP)
O arcebispo de Porto Velho,
dom Moacyr Grechi, disse ontem
que a Comissão de Justiça e Paz da
sua diocese comunicou oficialmente ao Ministério Público Estadual que poderia acontecer um
"novo Carandiru" no presídio
Urso Branco, em Rondônia. De
acordo com ele, o comunicado foi
feito uma semana antes do início
da rebelião, na sexta-feira, e também foi publicado no jornal "Diário da Amazônia".
A declaração foi dada ontem,
primeiro dia da 42ª Assembléia
Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e fez
referência ao episódio em que a
Polícia Militar invadiu o Carandiru, em São Paulo, e 111 presos foram mortos, em 1992.
O arcebispo disse que, entre os
principais problemas do Urso
Branco, estão a superlotação e a
mistura de condenados por delitos graves e mais leves, como o
não-pagamento de pensão alimentícia para a ex-mulher. Segundo a Secretaria da Segurança,
há cerca de 1.300 pessoas cumprindo pena no local, que tem capacidade para 350 presos.
Ele afirmou que os seus comentários sobre o presídio Urso Branco se baseiam em informações recebidas pelo padre Paulo Thadeu,
que é coordenador da Comissão
de Justiça e Paz da Arquidiocese
de Porto Velho e tem contato com
alguns detentos.
O arcebispo de Porto Velho afirmou também que as queixas dos
presos de que seus familiares recebem tratamento "ruim" durante as visitas têm "algum fundamento".
(GUILHERME BAHIA)
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