São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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HABITAÇÃO

Para Alckmin, meta de 180 mil casas é exagero

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao afirmar que "não é possível fazer em quatro anos 180 mil moradias", o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o "PPA [Plano Plurianual] está errado". A declaração foi uma resposta à reportagem publicada na Folha de ontem, que mostra que o governo do Estado concluiu, até 2003, 59,7 mil das 180 mil unidades habitacionais previstas no PPA.
O Plano Plurianual é uma exigência da Constituição. Nele estão estipulados os indicadores que os governantes devem seguir durante os seus mandatos.
"O PPA está errado. Não é possível você fazer em quatro anos 180 mil moradias. Se estivesse escrito no PPA 60 mil [unidades habitacionais], teria atendido 100%", disse o governador durante cerimônia de criação do Conselho Estadual dos Povos Indígenas.
Os números fornecidos pelo Estado mostram que o governo Alckmin cumpriu menos de um terço da meta habitacional prevista no PPA 2000-2003, que reúne os compromissos assumidos pelo PSDB no programa de governo apresentado na campanha eleitoral de 1998, que reelegeu o governador Mário Covas (1930-2001).
O governador disse também achar "estranhas" as invasões dos sem-teto em São Paulo.
"Só invadiram terreno do Estado. Nenhum da prefeitura", declarou. Ao ser questionado sobre um eventual envolvimento do PT, que governa a capital, nas invasões, ele disse: "Não estou dizendo que o PT está por trás. Estou dizendo que é estranho".
Para Alckmin, as invasões não têm relação direta com as eleições. "Mas que tem uma politiquinha pequena aí, não tenho a menor dúvida que tem", disse.

Ocupação continua
Na madrugada de segunda, movimentos de sem-teto promoveram sete tentativas de invasão em São Paulo. Os prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), do Estado, foram os principais alvos.
Em uma das invasões, em um quartel da PM na região central, houve confronto entre manifestantes e policiais. Em outros locais, a polícia também interviu, mas não de maneira pacífica.
O único local onde a ocupação continua é em um terreno da CDHU no Jardim São Luís (zona sul). Ontem, os sem-teto decidiram manter a invasão até que o secretário estadual da Habitação, Barjas Negri, os receba.


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