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Parque Royal cresce com Favela Bairro
DA SUCURSAL DO RIO
O Parque Royal (zona norte do
Rio) tinha cerca de 700 moradias
em 1997, segundo dados da prefeitura. Depois das obras do Favela Bairro, a associação de moradores contabiliza mais de 1.400.
A duplicação é vertical, com a
inclusão de novos andares sobre
construções anteriores. A prefeitura estima que os custos das
obras sejam de R$ 4.863.279.
Sérgio Magalhães, secretário
municipal de Habitação, não vê
problemas no crescimento da favela, desde que não ultrapasse os
limites horizontais.
O comércio também expandiu.
Um exemplo são as oito lojas de
material de construção -em 97
só existia uma. As mudanças começaram com a remoção de palafitas que reúniam 185 famílias sobre a baía da Guanabara. Elas foram transferidas para prédios e
outras casas da favela, como Lúcia
Costa, 38, e seus três filhos. "Vim
da Paraíba, onde passava fome,
para viver como rato na favela.
Hoje, tenho casa, trabalho e meus
filhos estão na escola", diz.
Chances em cooperativas
As cooperativas organizadas pela prefeitura, em conjunto com o
Favela Bairro, tornaram-se possíveis há três anos, quando o governo federal alterou a legislação trabalhista, permitindo contratações
sem recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Há nove cooperativas funcionando, sendo que duas são de
favelas onde as obras já terminaram, Fernão Cardim e Parque Royal. Essas cooperativas têm 2.186
associados e 945 empregados.
Para o secretário, o que a prefeitura faz "ainda é insuficiente". Ele
afirma que o segundo contrato
entre a prefeitura e o BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento) vai destinar US$ 9 milhões para investimentos na área
social e geração de empregos.
Mesmo com a nova legislação,
os associados têm dificuldade para conseguir trabalho pela baixa
qualificação e falta de capacidade
das cooperativas em participar de
licitações.
Outro problema, para a Secretaria, é o preconceito dos empregadores contra favelados.
(ANTONIO
CARLOS DE FARIA)
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