São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2000


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Atuação cai após conclusão de obras em Fernão Cardim

DA SUCURSAL DO RIO

A implantação do Favela Bairro em Fernão Cardim, no Engenho de Dentro (zona norte do Rio), mudou também o comportamento dos traficantes.
Antes, agiam como grupo paramilitar e controlavam a favela com o uso ostensivo de armas. Agora, mesmo permanecendo na área, têm uma atuação mais discreta.
A abertura de uma grande rua marginal ao rio que corta a favela, e de novas vias de circulação, tornou o trânsito possível até para carros da polícia, que frequentemente patrulham o local.
Isso terminou com o isolamento da área, dominada por um grupo ligado à ADA (Amigos Dos Amigos, um dos bandos derivados do Comando Vermelho).
O projeto urbanístico de Fernão Cardim é elogiado pelos moradores.
Um obelisco marca a entrada da favela, trazendo para a região referências de monumentos vistos antes somente na zona sul, a parte mais rica da cidade.
Mas a favela vive hoje um problema inusitado: eles querem a remoção de cerca de 40 pessoas que invadiram a única área livre depois das obras do Favela Bairro.
Os moradores já estabelecidos não querem a inclusão de novos favelados e cobram providências da prefeitura. No local da invasão, eles pedem que seja construído um espaço recreativo.
Na favela Floresta da Barra da Tijuca, no Itanhangá (zona sul do Rio), os moradores estão cercados pela vegetação densa e livres da ação de quadrilhas de traficantes.
Ela é exemplo de um local onde a preservação de relações de vizinhança impediu o crescimento do crime.
Moradores contam que bandidos tentaram se estabelecer na favela, mas foram expulsos pela resistência comunitária. Hoje beneficiados pelo Favela Bairro e pela excelente localização, a preocupação é com a especulação imobiliária. Eles temem que a crescente valorização do local acabe resultando em mudanças de moradores e no fim da época da boa vizinhança.


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