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Projeto é criticado pelo Crea
DA SUCURSAL DO RIO
Mesmo atingindo um número
grande de pessoas -297 mil até o
próximo ano-, as obras do Favela Bairro sofrem críticas do Crea
(Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e de moradores
em áreas já beneficiadas.
Parte de Três Pontes (zona oeste) convive com lagoas de esgoto a
céu aberto. No local, a prefeitura
afirma ter gasto R$ 7.661.513,00
em pavimentação, iluminação,
implantação de rede de água, esgotos, abertura de ruas, praças e
uma creche.
Os moradores da Área Cinco,
nos limites da favela, dizem que as
lagoas foram formadas depois
que um valão foi canalizado, interrompendo o sistema de esgotos que eles mesmos haviam
construído antes do projeto. Sem
ter como chegar ao valão, os esgotos se acumularam nas partes baixas, perto das casas.
Ao lado de Três Pontes, está a
favela Divinéia, onde moradores
afirmam que antigas e eficientes
redes de esgoto foram retiradas
para colocação de novas tubulações que, no entanto, teriam sido
subdimensionadas, o que causa
constantes entupimentos.
Para contornar o problema,
muitos moradores fizeram ligações clandestinas na rede de água
pluvial. O resultado é que, quando
chove, há transbordamento de esgoto nas ruas e casas.
Mesmo no Parque Royal (zona
norte), onde as obras são elogiadas pelos moradores, há problemas com o novo sistema de esgoto. Nesse caso, as obras do Favela
Bairro construíram a rede coletora, que é ligada às tubulações da
Cedae (Companhia Estadual de
Águas e Esgoto).
As obras de uma avenida, também construída pela prefeitura,
cortaram a ligação das tubulações
da Cedae com um ramal principal, que levaria o esgoto para uma
estação de tratamento. O resultado é que o esgoto acaba sendo jogado num canal que volta para a
frente da própria favela.
O presidente do Crea, José Chacon, afirma que a prefeitura falhou na fiscalização das empreiteiras contratadas para a execução de obras. "A qualidade é fundamental, não adianta gastar todo
o dinheiro sem controlar o resultado final", diz ele.
Chacon falou que é atribuição
do Crea a fiscalização do exercício
profissional de engenheiros e arquitetos e que o Crea poderá fazer
isso em relação ao Favela Bairro.
O secretário municipal de Habitação nega que haja problemas de
qualidade nas obras do projeto e
diz que todas as reclamações serão solucionadas, caso sejam consideradas procedentes.
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