DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Departamento de Controle e Avaliação do Ministério da Saúde, Fausto Pereira Santos, afirma que os dados da pesquisa "são preocupantes".
De acordo com ele, alguns dados chamaram a atenção, um deles a baixa taxa de ocupação de leitos hospitalares. "Do ponto de vista administrativo, essa baixa ocupação inviabiliza o hospital."
O levantamento do Conselho Regional de Medicina aponta que essa taxa fica abaixo de 50% em mais da metade dos 559 hospitais.
Segundo Pereira Santos, essa taxa baixa só acontece nos hospitais privados. "Há cerca de dez anos o Ministério da Saúde vem incentivando programas para ampliar o atendimento ambulatorial. Novas tecnologias também permitem que muitos procedimentos, que antes exigiam internação, hoje sejam feitos em ambulatórios. Mas os hospitais não acompanharam essa tendência de modernização."
Um segundo fator, afirma Pereira Santos, é o aumento do número de hospitais e de leitos sem os devidos estudos prévios.
Outro fato que chamou a atenção do ministério foi a alta taxa de cesáreas e o reduzido número de hospitais que trabalham com o parto humanizado. "São indicadores que refletem o atraso na incorporação de uma visão humanística nos hospitais", avalia.
Na sua opinião, muitos gestores ainda estão centrados numa visão de produção de procedimentos. Para mudar esse quadro, diz ele, será preciso treinar os profissionais e, especialmente, mudar a mentalidade dos gestores.


Texto Anterior: Saúde: Hospitais de SP agonizam, revela pesquisa
Próximo Texto: Em crise, filantrópicos culpam governo
Índice