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ADMINISTRAÇÃO
Meta da prefeitura é arrecadar pelo menos R$ 81 milhões com negociação de 11 áreas; projeto precisa de segunda votação
Câmara aprova venda de imóveis municipais
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de São
Paulo aprovou ontem, em primeira votação, projeto que permite a venda de onze imóveis da
prefeitura localizados em áreas
nobres da cidade. Entre eles, a
área de 34 mil metros quadrados
onde funciona atualmente a Subprefeitura de Pinheiros.
Localizado na esquina da Professor Frederico Hermann Júnior
com a marginal Pinheiros, o imóvel será vendido por um preço
mínimo de R$ 49,5 milhões. Ao
todo, as onze áreas foram avaliadas pela prefeitura em aproximadamente R$ 81 milhões. O preço
pode aumentar, já que os imóveis
serão vendidos por licitação.
A venda está relacionada às
atuais dificuldades da prefeitura
de fechar as contas de acordo com
a Lei de Responsabilidade Fiscal,
segundo o vereador petista João
Antônio, líder de Marta na Câmara "É de conhecimento público
que as finanças públicas não estão
indo bem. Não é uma questão
deste governo, mas de todo um
período, que passou por vários
governos. Tudo aquilo que não
está sendo bem utilizado e possa
contribuir na equação do problema dos recursos públicos é importante. É com essa perspectiva
que estamos colocando à venda
algumas áreas públicas", disse.
Uma resolução do Senado obriga as prefeituras a limitar suas dívidas a até 1,2 vez a receita corrente líquida. Em São Paulo, porém,
essa relação é de quase 2,5.
Além desses onze imóveis, a Câmara também aprovou, em primeira votação, no dia 19 de maio,
a venda de uma usina de asfalto
na Barra Funda, por um preço
mínimo de R$ 20 milhões. Os dois
projetos de lei foram enviados pelo Executivo em regime de urgência. O de ontem recebeu 35 votos a
favor e seis contra.
O vereador Ricardo Montoro
(PSDB) criticou ontem a venda
dos imóveis, que classificou como
uma "dilapidação do patrimônio
público". Montoro entrou em
contato com o Tribunal de Contas
do Município para saber como
fiscalizar a aplicação do dinheiro.
"O produto dessa venda não
pode ser aplicado em despesas
correntes [gastos com pessoal e
material, por exemplo]. Há limitações na Lei de Responsabilidade
Fiscal. Nesse caso, [o governo]
pode pagar dívidas. Mas o fundamental é que a prefeitura seja clara sobre onde vai aplicar. Essa explicação a prefeita nos deve."
Segundo o vereador João Antônio, a restrição ao uso do dinheiro
é alvo de controvérsia jurídica.
"Nós e a nossa Secretaria de Negócios Jurídicos não fazemos essa
leitura. O que for arrecadado pode equacionar uma série de problemas da cidade", disse.
O artigo 44 da LRF proíbe "a
aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio
público para o financiamento de
despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos".
A Câmara também aprovou ontem outros dois projetos de lei de
interesse do Executivo: o que cria
a Operação Urbana Rio Verde-Jacu (zona leste) e o que modifica o
valor de venda dos Cepac da Operação Urbana Faria Lima (zona
sul). Os Cepac são títulos imobiliários negociados na Bolsa de Valores que permitem a construção
de prédios acima da área permitida. No caso da Operação Urbana
Faria Lima, foi mantido o valor
dos títulos (R$ 1.100) e alterada a
metragem a que cada Cepac equivale. A meta, segundo João Antônio, é ampliar as possibilidades de
venda do título no mercado.
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