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HABITAÇÃO
Prefeitura de São Paulo afirma que moradores serão transferidos gradualmente dos quatro pontos de atendimento
Famílias estão há mais de 5 anos em abrigos
DA REPORTAGEM LOCAL
Famílias removidas para abrigos construídos pela prefeitura
como solução temporária esperam, algumas há mais de cinco
anos, pela transferência prometida. Alguns abrigos, como o criado
há seis anos perto da rua Zachi
Narchi, em Santana (zona norte),
atendem mais de cem famílias.
O local, onde as famílias foram
levadas com promessas de transferência em três meses, já tem até
um bar construído pelos moradores há três anos e serviços caseiros, como o de costureira.
José Ferreira Filho, 24, mora há
dois anos no local e ontem comemorava com um churrasco na
porta de casa o primeiro aniversário do filho, nascido no abrigo.
"Disseram que a gente ia logo para outro local, mas ainda não fomos transferidos", afirma.
Um das moradoras mais antigas de lá é Maria do Desterro, 30,
transferida há quatro anos depois
que o barraco onde morava, na
Sé, foi destruído pela prefeitura
por apresentar riscos.
"Me disseram que eu ficaria
aqui só três meses. Já estou há
quatro anos. Mas gosto daqui e, se
puder, fico mais quatro", afirma a
moradora, que oferece seus serviços de costureira e de babá para os
demais moradores.
Atualmente, a Secretaria Municipal da Habitação mantém quatro abrigos temporários, em Santa
Etelvina (zona leste), Santana (zona norte), Cingapura Lidiane (zona norte) e Pontal do Paranapanema (oeste de São Paulo).
As famílias são levados para esses locais por causa de emergências como incêndios, remoção de
casas em perigo ou de transferência temporária de locais onde serão construídos conjuntos habitacionais, como o Cingapura.
A secretaria da Habitação informou, por meio de sua assessoria
de imprensa, que as famílias estão
sendo transferidas gradualmente.
No abrigo de Santana, parte das
casas já foi demolida após algumas famílias terem sido removidas para outras casas.
Atualmente, 447 famílias vivem
em abrigos provisórios da prefeitura, onde geralmente vivem em
apenas um cômodo, como no caso de José Gildézio, 29, que mora
com a mulher e três filhos em um
quarto no abrigo de Santana.
A secretaria informou que não
pretende estabelecer permanentemente os moradores em nenhum dos abrigos, mas que está
fazendo melhorias em todos eles
para evitar riscos à saúde. Uma
das estratégias que a secretaria
adota para ajudar na saída dos
moradores dos abrigos é dar uma
ajuda de R$ 2.100 para que eles recomecem a vida em outro lugar.
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