São Paulo, domingo, 22 de julho de 2001

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Na volta, difícil é conseguir revalidar o diploma

DE MADRI

Voltar ao Brasil e fazer valer o diploma espanhol será outra batalha para os brasileiros que seguem a rota Bolívia-Espanha. "Insuperável não é, mas eles terão muitas dificuldades", afirma a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Regina Parizi.
De outros países, o Brasil reconhece apenas os diplomas de quem estudou em Portugal, com quem há convênio multilateral.
Para revalidar o diploma boliviano-espanhol, o aluno deve buscar universidades públicas conveniadas com o Ministério da Educação, onde será submetido a uma avaliação com temas teóricos e questões práticas.
"A prática é muito importante. Se o aluno não souber fazer sutura, apalpar o fígado, fazer parto, terá de cursar novamente no Brasil, até ser aprovado", diz Regina.

Cursos virtuais
Segundo ela, o Brasil já estava "acostumado" aos problemas com a Bolívia. "Fomos para lá em 1997, após muitas denúncias. O que vimos é um escândalo, os cursos são virtuais. As faculdades não têm espaço físico para o número de alunos matriculados, e estes passam mais tempo em bares."
Mas a rota Bolívia-Espanha, afirma, é novidade. "Se a busca é por uma maior oportunidade de ser aprovado no Brasil, é um caminho correto, apesar de a Europa ter uma filosofia de ensino distinta da do Brasil."
O Brasil está saturado de médicos, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), que vem resistindo à abertura de novos cursos de medicina no país.
A proporção considerada suficiente pela Organização Mundial da Saúde é um médico para mil habitantes.
O Brasil tem uma das mais altas taxas, com um médico para 673 pessoas. Aos atuais 220 mil médicos no país, somam-se 8.000 entrando no mercado por ano. (LC)




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