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Na volta, difícil é conseguir revalidar o diploma
DE MADRI
Voltar ao Brasil e fazer valer o
diploma espanhol será outra batalha para os brasileiros que seguem a rota Bolívia-Espanha. "Insuperável não é, mas eles terão
muitas dificuldades", afirma a
presidente do Conselho Regional
de Medicina do Estado de São
Paulo, Regina Parizi.
De outros países, o Brasil reconhece apenas os diplomas de
quem estudou em Portugal, com
quem há convênio multilateral.
Para revalidar o diploma boliviano-espanhol, o aluno deve
buscar universidades públicas
conveniadas com o Ministério da
Educação, onde será submetido a
uma avaliação com temas teóricos e questões práticas.
"A prática é muito importante.
Se o aluno não souber fazer sutura, apalpar o fígado, fazer parto,
terá de cursar novamente no Brasil, até ser aprovado", diz Regina.
Cursos virtuais
Segundo ela, o Brasil já estava
"acostumado" aos problemas
com a Bolívia. "Fomos para lá em
1997, após muitas denúncias. O
que vimos é um escândalo, os cursos são virtuais. As faculdades não
têm espaço físico para o número
de alunos matriculados, e estes
passam mais tempo em bares."
Mas a rota Bolívia-Espanha,
afirma, é novidade. "Se a busca é
por uma maior oportunidade de
ser aprovado no Brasil, é um caminho correto, apesar de a Europa ter uma filosofia de ensino distinta da do Brasil."
O Brasil está saturado de médicos, de acordo com dados do
Conselho Federal de Medicina
(CFM), que vem resistindo à
abertura de novos cursos de medicina no país.
A proporção considerada suficiente pela Organização Mundial
da Saúde é um médico para mil
habitantes.
O Brasil tem uma das mais altas
taxas, com um médico para 673
pessoas. Aos atuais 220 mil médicos no país, somam-se 8.000 entrando no mercado por ano.
(LC)
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