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OUTRO LADO
Hospitais dizem ter medidas para reduzir impacto
DA REPORTAGEM LOCAL
Hospitais universitários que atendem também os pacientes
de planos e seguros saúde garantem manter procedimentos
para diminuir o impacto sobre
a demanda do setor público.
No Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas
da USP, "não existe fila sequencial" para internações, diz José
Francisco Ramires, diretor-geral da unidade. Ele afirma que a
prioridade é para o paciente
mais grave: "Se tivermos de
usar um dos apartamentos de
convênio, ele vai entrar".
No setor de consultas, ao SUS
são ofertadas 58 salas; ao sistema privado,14. Ramires diz que
todos os leitos destinados aos
convênios foram construídos
especialmente para o setor. É a
justificativa da maioria dos dirigentes de hospitais universitários. Não ocorreria, assim,
"roubo" da capacidade do SUS.
Os críticos da dupla porta,
como o Conselho Nacional de
Saúde (órgão de controle social
do SUS), apontam o uso indevido de recursos públicos para
a expansão que será destinada
aos convênios. Dizem ainda
que os novos leitos poderiam
ser oferecidos ao SUS.
"No caso do Incor, nem todos [os leitos" vieram pelo orçamento público. Foram comprados de doação ou recursos
gerados", diz Ramires. Segundo ele, mesmo que o hospital
queira, não há como expandir
o atendimento SUS, por causa
da limitação de verba pública.
Dos cerca de R$ 60 milhões
faturados por ano pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre,
R$ 12 milhões (20%) vêm do
setor privado. O hospital optou
por disponibilizar apenas a
parte de internações e cirurgias. Das 2.300 internações
mensais, 200 são do sistema suplementar. O centro cirúrgico
só é disponibilizado depois das
18h, horário em que já não é
utilizado pelo SUS.
O Hospital das Clínicas São
Vicente de Paulo, da UFMG,
também só faz internação, mas
em área física separada. Também o Hospital Clementino
Fraga Filho, da UFRJ, optou
por fazer só os procedimentos
de alta complexidade, que respondem por 3,78% do faturamento total.
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