São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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OUTRO LADO

Hospitais dizem ter medidas para reduzir impacto

DA REPORTAGEM LOCAL

Hospitais universitários que atendem também os pacientes de planos e seguros saúde garantem manter procedimentos para diminuir o impacto sobre a demanda do setor público.
No Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP, "não existe fila sequencial" para internações, diz José Francisco Ramires, diretor-geral da unidade. Ele afirma que a prioridade é para o paciente mais grave: "Se tivermos de usar um dos apartamentos de convênio, ele vai entrar".
No setor de consultas, ao SUS são ofertadas 58 salas; ao sistema privado,14. Ramires diz que todos os leitos destinados aos convênios foram construídos especialmente para o setor. É a justificativa da maioria dos dirigentes de hospitais universitários. Não ocorreria, assim, "roubo" da capacidade do SUS.
Os críticos da dupla porta, como o Conselho Nacional de Saúde (órgão de controle social do SUS), apontam o uso indevido de recursos públicos para a expansão que será destinada aos convênios. Dizem ainda que os novos leitos poderiam ser oferecidos ao SUS.
"No caso do Incor, nem todos [os leitos" vieram pelo orçamento público. Foram comprados de doação ou recursos gerados", diz Ramires. Segundo ele, mesmo que o hospital queira, não há como expandir o atendimento SUS, por causa da limitação de verba pública.
Dos cerca de R$ 60 milhões faturados por ano pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre, R$ 12 milhões (20%) vêm do setor privado. O hospital optou por disponibilizar apenas a parte de internações e cirurgias. Das 2.300 internações mensais, 200 são do sistema suplementar. O centro cirúrgico só é disponibilizado depois das 18h, horário em que já não é utilizado pelo SUS.
O Hospital das Clínicas São Vicente de Paulo, da UFMG, também só faz internação, mas em área física separada. Também o Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ, optou por fazer só os procedimentos de alta complexidade, que respondem por 3,78% do faturamento total.



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